Inspirado numa das maiores histórias de todos os tempos, o espetáculo
musical Jesus Cristo Superstar finalmente
chega aos palcos brasileiros, trazendo a história das passagens de Jesus narradas
na Bíblia, desde sua chegada em Jerusalém até a crucificação – o que, por si
só, foi suficiente para levantar polêmicas nas mídias.
Trata-se de um musical em estilo ópera-rock de Andrew Lloyd Weber –
considerado um verdadeiro mestre como compositor de musicais – com texto de Tim
Rice e direção brasileira de Jorge Takla. Na trama é possível ver um Jesus Cristo
(Igor Rickli) retratado de forma mais humanizada e menos heroica, inserido em um
contexto social mais moderno, jovial e embalado pelo rock. Após assistir algum
tempo de espetáculo já é possível perceber que a história traz passagens da
vida de Jesus encenadas sob o ponto de vista de Judas (Alírio Netto), que na
peça se apresenta como um roqueiro rebelde.
O novo e estilizado Judas retratado nos palcos se vê o tempo todo em
confronto consigo mesmo, pois, ao mesmo tempo em que nutre um grande carinho
por Jesus em razão da amizade duradoura entre ambos, não compreende o motivo de
Jesus andar entre marginalizados e corruptos, prevendo um trágico fim para
Cristo devido a este comportamento. Judas também se rebela como um ser
revoltado pela forma como Jesus se expunha, alegando não entender o motivo de
ele ter de passar por todas as provações que passou, enxergando-o como uma
grande celebridade prestes a se tornar a maior de todos os tempos.
A peça se destaca pela desenvoltura corporal do elenco, sua envolvente
atuação e alguns figurinos encantadores. Não há como não se impressionar com o grande
talento do ator Alírio Netto, que se revela tanto em sua excelente voz – a qual
chega a um belo e impressionante agudo no momento de cantar o rock – quanto na sua
expressão corporal que se sobressai especialmente nos momentos de inconformismo
do personagem.
Rickli também se mostra excelente em suas atuações e entonações vocais, formando
com Netto uma dupla perfeita devido à interação cênica construída entre ambos, bem
à vontade em seus papéis. No papel de Maria Madalena, Negra Li também encanta principalmente os
ouvidos da plateia com sua voz brilhante e suave cantando canções em cenas
emocionantes da história. Wellington Nogueira é outro ator que se revela
brilhante no teatro fazendo o papel de Herodes e que, apesar de aparecer poucas
vezes em cena, atua mais que o suficiente para se tornar memorável na mente dos
espectadores.
Por Mariana da Cruz Mascarenhas
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