Um clima jovial, com
muita dança e animação, invade o palco do teatro Frei Caneca e leva a plateia a
entrar no mundo das intensas e variadas emoções típicas da era da adolescência:
é o musical Fame, que permanece em cartaz até o
dia 29 de julho.
Inspirada na produção cinematográfica de 1980, a peça é montada pela
primeira vez no Brasil e conta com um jovem elenco composto por 33 atores. Eles
trazem para o palco a história de personagens adolescentes que se
conhecem em uma escola de artes, onde encontrarão na dança, na música e no
teatro o estímulo para lutarem por seus sonhos, desenvolverem seus talentos e
enfrentarem os dramas pessoais.
Conforme o desenrolar
da trama o público vai se
envolvendo com os medos, dramas e angústias que afligem muitos dos
personagens, que enfrentam problemas como drogas, o preconceito por ser pobre e
disléxico, entre outros
conflitos.
Em geral os atores
conseguem prender a plateia muito mais pelos números musicais do que pela
história em si, já que esta apresenta uma linearidade desprovida de surpresas e inovações no começo, meio e fim da trama.
O elenco comete pequenos deslizes em razão da falta de maior prontidão e
agilidade na sincronização dos movimentos feitos nas coreografias, mas nada que
quebre o encanto das cenas e disperse os olhos da plateia. Quanto ao trabalho
vocal, apesar de alguns destaques, muitos atores se dedicaram a cantar de forma
convencional, sem destacar a voz, demonstrando disposição de fazer apenas o que
lhes foi proposto. Talvez a ausência de maior ousadia, entrega e crença nos
personagens por parte do elenco tenha contribuído para tal.
Compete destacar o excelente trabalho de Giulia Nadruz como uma das
exceções no quesito voz. Ao interpretar uma das protagonistas da trama, a
atriz, além de estar totalmente entregue ao seu personagem na interpretação,
também ‘imerge’ na história através de sua excelente voz, conseguindo passar
para a plateia toda a emoção presente no palco através das canções cantadas por
ela.
Também vale realçar as
excelentes expressões corporais e vocais da atriz Corina Sabbas, que assumiu de
vez o papel na peça, substituindo a atriz Paloma Bernardi. Corina confere um
grande desfecho para a peça em uma cena que talvez seja a mais dotada de quebra de linearidade e de um ar surpreendente para o público.
Por Mariana Mascarenhas