terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Roubo nas alturas

Com uma história simples e concisa Roubo nas Alturas não chega a surpreender a plateia com cenas inesperadas, mas não deixa de ser uma boa opção para aqueles que vão ao cinema em busca de uma comédia dotada de simplicidade, com o objetivo apenas de relaxar o cérebro e dar boas risadas.

O filme traz para os telões o ator que se consagrou na série de longa-metragens de Entrando numa Fria, Ben Stiller, interpretando Josh Kovacs, o extremamente competente gerente de um edifício, cujo chefe é o milionário Artur Shaw (interpretado por Alan Alda), residente do prédio que Kovacs administra e poderoso investidor de Wall Street.

A situação se complica quando Shaw é preso por fraude e tudo se torna mais agravante quando Kovacs descobre que tanto seu fundo de pensão quanto o dos demais funcionários que trabalham no prédio desaparece depois de terem sido confiados a Shaw, que havia prometido multiplicá-los.

É a partir de então que a trama desenvolve mais a ação, acrescida com toques de comédia, pois, diante da situação, Kovacs decide recuperar o dinheiro perdido planejando um roubo no apartamento de seu poderoso chefe, contando com a ajuda de alguns atrapalhados parceiros.

Como nenhum dos membros do grupo tem a menor noção de como praticar um roubo, por menor que seja, eles serão orientados por um ladrão de verdade que vive rondando a rua de Kovacs, interpretado por Eddie Murphy que, a partir de então, fazendo jus ao personagem que interpreta, rouba a atenção do filme para si ao lidar com um bando de inexperientes – “babacas”, segundo o personagem - que nunca roubaram nada.

Com seu mesmo estilo comediante presente em muitos filmes que sempre encantaram as plateias do cinema, Murphy é quem mais se destaca a partir deste momento até o final do filme. A forma como o grupo lida com a situação para alcançar o objetivo é rápida e concisa, ao contrário de muitos outros filmes que costumam conferir certa prolixidade ao desenrolar dos conflitos finais, e que, algumas vezes, acrescentam apenas cenas desnecessárias a trama.

Dirigido por Brett Ratner, Roubo nas Alturas não é nenhuma produção fora do comum, mas se classifica como uma comédia com o objetivo de entreter e divertir o público.

Por Mariana Mascarenhas

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Conversando com mamãe

Dirigida por Suzana Garcia, a peça Conversando com Mamãe propõe uma excelente interação cênica para a plateia em engraçadas conversas entre dois personagens: uma senhora de 82 anos (interpretada por Beatriz Segall) e seu filho Jaime (Herson Capri), que está na faixa dos 50 anos.

A história começa muito bem ao trazer para os palcos os problemas do filho cinquentão que, ao perder o emprego, vai até a casa de sua mãe para lhe dizer que ela terá que deixar o apartamento, pois ele precisará vendê-lo, e a sugestão de Jaime é que ela vá morar com ele e sua esposa. A partir de então, se inicia uma gostosa conversa que envolve o público para as engraçadas histórias contadas pela senhora sobre ela e seu namorado.

Beatriz Segall arranca altas risadas em vários momentos com seus picos de atuação e destaque, mas, à medida que o conflito vai se desenrolando, a história se mantém próxima a uma linearidade, sem muitas inovações e surpresas nos discursos entre mãe e filho. No entanto, a peça é válida pelos momentos de humor e até de reflexão e emoção que Herson Capri e Beatriz Segall conseguem causar ao evocarem os altos e baixos vividos nas conversas entre os dois personagens.

A peça permanece em cartaz até o dia 18 de dezembro no Teatro Folha, localizado no Shopping Pátio Higienópolis.

Por Mariana Mascarenhas

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O Retorno de Johnny English

Depois de arrancar altas risadas da plateia, como o espião Johnny English, em 2003, Rowan Atkinson, que também se consolidou na TV e no cinema com o famoso personagem Mr. Bean, volta aos telões este ano para reviver o espião atrapalhado que mais causa encrenca do que colabora com a agência de serviços secretos norte-americanos.

Nesta trama, a agência americana resolve escalar Johnny English para uma missão em Hong Kong, depois de ele ter ficado cinco anos exilado no Tibete após fracassar, supostamente, em um serviço em Moçambique.

Desta vez o espião terá que descobrir quem está por trás de um plano de assassinato ao premiê chinês. Após diversas confusões para realizar sua missão, Johnny acaba descobrindo que um dos envolvidos é um agente secreto que trabalha com ele. A partir daí se inicia uma sucessão de novas trapalhadas e cenas de ação dotadas de um bom humor - típico dos personagens interpretados por Rowan Atkinson, que arrancam altas gargalhadas através de uma comédia simples, leve e bem elaborada - como a que o personagem de Atkinson salta em cima de uma pobre velhinha, confundindo-a com uma senhora assassina.

Vale ressaltar a grande atuação do protagonista que sempre soube retratar muito bem a comédia ao seu modo, acompanhada de suas excelentes expressões faciais, que, por si só, já conferem graça a trama.

Por Mariana Mascarenhas

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Viver sem tempos mortos

A atriz Fernanda Montenegro faz uma grande atuação teatral ao incorporar a personagem Simone de Beauvouir, uma filósofa e ensaísta francesa, defensora do feminismo, que, no começo de sua adolescência, viveu as grandes repressões impostas pelas famílias burguesas do século passado e resolveu se libertar do conservadorismo tão presente na época. Ainda jovem ela sai de casa e, mais tarde, passa a viver com Jean Paul Sartre, que se tornaria seu marido, com quem ela vive intensos momentos de prazer e compartilha das mais diversas experiências que a denotam como uma pessoa que quer ser totalmente livre e independente, além de estar desvinculada de qualquer regra que as mulheres daquela época eram submetidas.

Neste monólogo dramático que tem 60 minutos de duração, Fernanda Montenegro leva a plateia a viajar no tempo e mergulhar nos conflitos do passado e a reviver ou entender grandes acontecimentos como a revolução de 68, em que a sociedade feminina começa a se impor para conquistar seu papel em um ambiente que ainda era muito marcado pelo machismo e por pensamentos extremamente conservadores. À medida que o monólogo vai se desenrolando, Fernanda, que com 82 anos de idade se mostra totalmente disposta e entregue a sua personagem, se supera em proporção à intensidade da emoção e dos conflitos vividos por Simone de Beavouir.

Por Mariana Mascarenhas

domingo, 13 de novembro de 2011

O Palhaço


Com um humor leve e simples, o filme O Palhaço conquista todo tipo de plateia com uma história simpática, desvinculada de muitas palavras e que atinge grandes audiências pelas fortes expressões faciais de seus personagens, as quais chegam a ser muito mais atraentes do que a própria linguagem falada.

Selton Mello faz uma grande atuação ao incorporar o protagonista Benjamim, cujo pai (Paulo José) é dono de um circo e, junto com o filho, forma a dupla de palhaços Pangaré e Puro Sangue. Os dois, ao lado de mais alguns companheiros circenses, levam a alegria e diversão por diversas cidades do interior do Brasil.

A entonação dramática que Selton dá ao incorporar o grande dilema do palhaço - que no fundo é uma pessoa triste, pois ele faz os outros rirem, mas não há quem o faça rir - é o foco principal da produção e se mostra extremamente claro do começo ao fim da trama. Enquanto o resto da turma se diverte e se mostra feliz com a profissão, Benjamim passa um ar de melancolia e tristeza, acompanhado de uma vontade imensa de fugir daquele mundo e entrar em contato com o desconhecido, como o desejo de ter uma namorada, que passa a ser almejado por ele a partir do momento em que ele conhece uma garota que vai assisti-lo no circo e o acha divertido.

A relação entre pai e filho, interpretada por Paulo José e Selton Mello, é dotada muito mais de linguagem corporal do que verbal e se mostra encantadora, causando grande emoção ao levar os espectadores para o mundo destes dois palhaços e os colocar em contato com as perturbações psicológicas dos dois personagens.

Apesar de sua curta aparição no filme, o ator Moacyr Franco arranca altas gargalhadas da plateia com uma cena simples e muito bem-humorada e conquista, graças a ela, o prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Paulínia.

Selton Mello também se destaca como diretor do filme, o qual recebeu referências de ícones consagrados do cinema, como do diretor Federico Fellini.

A produção conta com cenários e músicas muito bem produzidos, além de um grande elenco que traz a participação, por exemplo, da pequena atriz Larissa Manoela que, com apenas 10 anos de idade, consegue encarar uma personagem que passa a sua mensagem através apenas do olhar e dos seus gestos sem dizer praticamente uma palavra.

Por Mariana Mascarenhas

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Os Três Mosqueteiros

Inspirado no livro de Alexandre Dumas (1802-1870) e dirigido por Paul W.S Anderson , Os Três Mosqueteiros encanta a plateia mais por seus efeitos especiais e cenas dotadas de ação e aventura do que pela produção de conteúdo em si. O filme começa narrando as aventuras vividas por Porthos (Ray Stevenson), Aramis (Luke Evans) e Athos (Matthew Macfadyen), os três mosqueteiros que saem em busca de um projeto de máquina de guerra, o qual vem sendo almejado pela corte inglesa, que deseja possuí-lo a fim de construí-la.

Após a captura do mapa pelos três heróis, eles acabam sendo enganados por Milady (Milla Jovovich), a namorada de Aramis, que os acompanha na aventura e, após a captura do projeto, lhes prepara uma armadilha e entrega o plano da máquina a Buckingham (Orlando Bloom), duque da Inglaterra.

Depois de passado um tempo, o público se vê diante de três mosqueteiros decaídos, vivendo na França e tendo como passatempo a luta com militantes, mas sem nenhum propósito. A situação muda com a chegada do jovem D’Artagnan (Logan Lerman), um rapaz que almeja ser um mosqueteiro e resgata em Porthos, Aramis e Athos a vontade de reviver os velhos tempos em que eles realmente eram combatentes de verdade.

A partir de então, o filme foca a partida dos quatro aventureiros à Inglaterra em busca de um colar de diamantes roubado pela Milady, a pedido do Cardeal francês Richelieu (Christoph Waltz) como parte de um plano para causar uma guerra entre Inglaterra e França e ele assumir de vez o poder francês.

A produção também disponibilizou a versão 3D, mas pode-se dizer que tal investimento foi desnecessário, uma vez que o filme quase não utiliza deste recurso de forma atenuante e o que se observa, durante quase toda a produção, são os efeitos em três dimensões dos personagens em relação ao plano de fundo, sem cenas especiais que realmente façam valer a pena tal modo de exibição.

Enfim, para quem gosta de cenas de aventura e luta, acompanhadas de uma história simples e desprovida de muito contexto, Os Três Mosqueteiros é uma boa indicação, mas para quem espera conferir nos telões uma boa qualidade contextual, além de um simples filme dotado apenas de efeitos e aventuras, o filme já não trará muito encanto.

Por Mariana Mascarenhas

sábado, 1 de outubro de 2011

Ensina-me a viver


Baseado no filme de Hal Ashby que estreou nos telões na década de 70, a peça Ensina-me a viver está de volta aos palcos paulistanos depois do grande sucesso obtido. No papel da protagonista Maude, Gloria Menezes simplesmente brilha em sua atuação cênica fazendo com que o público se apaixone pelo seu personagem retratado como uma velhinha que está sempre de bem com a vida e comporta dentro de si um espírito jovem e cheio de luz.

A história acontece em torno de Harold (Arlindo Lopes), um rapaz de 20 anos que, ao contrário do brilho e da jovialidade ainda presente em Maude, não se interessa por quase nada a não ser por assuntos ligados a morte, pelos quais ele se demonstra extremamente obcecado. Sua mãe, preocupada em fazer com que o menino viva sua juventude, decide arrumar uma namorada para ele.

O desespero da mãe aumenta a medida que todas as garotas apresentadas a ele vão embora, fugindo literalmente do rapaz conforme ele vai mostrando seu estranho comportamento de cometer suicídios falsos diante delas. O desprezo demonstrado por Harold para com as meninas que vão até a sua casa só tende a aumentar depois que seu destino se cruza com o de Maude e ele imerge em um ambiente novo e enérgico, onde a verdadeira felicidade proporcionada pela simplicidade da vida é apresentada a ele.

Um roteiro excelente que traz uma história inovadora ao explorar um relacionamento surpreendente entre um garoto e uma senhora o qual vai se intensificando a medida que os extremos (a “jovialidade” de Maude e a “velhice” de Harold) vão se alterando conforme a vida do garoto vai sendo preenchida pela companhia da simpática senhora que faz com que ele renasça para a vida. A genialidade da história parece transcender para os atores, principalmente para Arlindo Lopes e Glória Menezes, que criam a sinergia perfeita na incorporação da vivência de um amor incomum entre seus personagens, que emociona a plateia.

Dirigido por João Falcão, essa comédia dramática traz uma linda lição de como a juventude pode viver eternamente dentro do ser humano, desde que ele seja totalmente acolhedor a tudo de simples e maravilhoso que a vida lhe possa oferecer.

Por Mariana Mascarenhas

domingo, 18 de setembro de 2011

O Homem do Futuro


Mais uma vez o brilhante Wagner Moura é destaque na produção cinematográfica que conquista a plateia em grande parte graças a sua incrível atuação, principalmente nas incorporações de mudanças de personagem. Na trama ele interpreta um cientista que ainda guarda mágoas de seu passado conturbado, em que ele foi extremamente humilhado na frente da garota que amava e de seus colegas da universidade em um baile de fantasias.

Sua obsessão e desespero por criar uma nova forma de energia que permita mudar o mundo acabam fazendo com que ele produza, na verdade, uma máquina do tempo que o faz voltar ao passado justo na época em que ele é conhecido como Zero e humilhado por Helena (Aline Moraes), a garota dos sonhos. A partir de então, ele decide mudar a história de sua vida transformando o destino do Zero jovem. Voltando aos tempos atuais, o estudante e o cientista se unem e ele percebe que a mudança ocasionada trouxe resultados nada agradáveis e decide voltar no tempo novamente para consertar o que ele mesmo fez e tentar impedir que o futuro seja mudado.

A incorporação de um jovem e tímido estudante de física, um cientista conturbado e um empresário bem-sucedido (resultado do que ele se transformou após seu destino ser alterado) é surpreendente do começo ao fim, de modo que o Wagner Moura consiga encarar três estereótipos distintos, totalmente entregue ao personagem trazendo o máximo de realidade para seus papéis.

O filme traz para os telões uma série de efeitos especiais os quais são destaques para o cinema nacional que não possui muitas produções com tais características e ainda se mostra muito amador neste quesito. Mas tal fato acaba não sendo problema para a produção que conquista tanto os espectadores também graças à contribuição do diretor Claudio Torres de A Mulher Invisível, outro grande filme nacional que conquistou inúmeros espectadores.

Por Mariana Mascarenhas

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O Filho da Mãe


Dirigida e encenada por Eduardo Martini, a peça O filho da mãe conquista a plateia logo no início com a interpretação triunfante de Martini no papel de Valentina, uma mãe cheia de preocupações excessivas por seu filho (interpretado pelo ator Bruno Lopes). Durante os 90 minutos de espetáculo os dois atores se interagem o tempo todo trazendo diferentes histórias de períodos distintos vividos entre Valentina e seu filho que provocam risos na plateia a todo o momento.

A peça foca as crises sofridas por Valentina, cujo filho está prestes a embarcar a Nova York para estudar. Martini imerge totalmente no mundo de uma mulher que sofre de preocupações obsessivas e alternância de comportamentos sem desviar para estereótipos exagerados, de forma que os espectadores possam realmente visualizar a imagem de uma mãe extremamente apegada ao filho mostrando que não há limites para o amor maternal.

Vale a pena dar altas risadas com as neuroses da personagem Valentina nas cenas em que ela lida com diferentes situações vividas por seu filho, as quais conferem o tom de humor ao roteiro, como a chegada do filho em casa com um camaleão, a descoberta de que ele foi à praia com a namorada, e até mesmo a desconfiança da mãe de que ele seja gay, a qual não passa de uma cisma dela. Escrito por Regiana Antonini o espetáculo oferece um roteiro leve, sutil e totalmente desprovido de qualquer tipo de apelo agressivo. O espetáculo fica em cartaz no Teatro Folha até 27/08/2011.

Por Mariana Mascarenhas

sábado, 13 de agosto de 2011

Harry Potter e as relíquias da morte - parte 2

A segunda parte de Harry Potter e as Relíquias da Morte certamente encantará um numeroso público incluindo até mesmo os fãs mais assíduos da saga, que acompanharam a história detalhadamente, ao imergirem nos sete livros da série mas se decepcionaram com algumas produções que trouxeram outra identidade à história, no momento em que ela migrou para os telões.

No filme de despedida do bruxo mais consagrado de todos os tempos entre o público infantojuvenil, mesmo os mais fanáticos pela obra não se decepcionarão, pois poderão reviver a emoção do livro ao assistirem a produção que estreou em 15 de julho nos cinemas.

Sem enrolação ou acréscimo de cenas desnecessárias que desviam a saga da verdadeira forma como ela é contada na obra de J.K Rowling, o último filme reproduz toda a sequência de ações descritas no livro tal como ela é, mesclando interpretação e tecnologia, de forma que ambos os aspectos sejam devidamente trabalhados de maneira enriquecedora para o excelente desenrolar da trama.

Após sete lançamentos de produções cinematográficas que trouxeram aos espectadores as diversas aventuras voltadas ao mundo da magia, vividas pelo bruxo Harry Potter, o oitavo filme traz a batalha final entre Harry e o vilão Voldemort, na qual um dos dois morrerá. Acompanhado de seus inseparáveis amigos Rony e Hermione, eles partem em busca das Horcruxes faltantes (objetos que precisam ser destruídos para que Voldermort possa ser derrotado).

A trama vem repleta de efeitos especiais os quais são devidamente produzidos sem virarem exagero e nem interferirem na qualidade interpretativa dos atores, que muitas vezes acaba sendo substituída pela tecnologia. Desta vez o elenco traz personagens mais vivos, resgatando a verdadeira personalidade existente na obra escrita.

Portanto, vale a pena conferir essa última produção que, depois de sete filmes, traz um desfecho que finalmente acerta em cheio na reprodução do livro. A verdadeira magia de como migrar a saga, em todos os aspectos, dos livros para os telões, parece finalmente ter sido compreendida sendo uma pena que tal fato tenha acontecido de verdade somente na batalha final.

Por Mariana Mascarenhas

domingo, 17 de julho de 2011

Cilada.com


Depois de se destacar na comédia nacional com o seriado Cilada, exibido no canal Multishow, o ator Bruno Mazzeo vem para os telões vivendo atrapalhadas confusões, da mesma forma como ocorre na série de TV.

Se no seriado, as histórias se desenvolvem de forma previsível ganhando algumas cenas momentâneas, que surpreendem de maneira bem leve os espectadores com um ou outro desenrolar diferencial acrescido de humor, o filme Cilada.com praticamente não se difere da situação exposta ao trazer um roteiro desprovido de muitas surpresas e que apenas trabalham o gênero com uma série de piadas excessivas e prolongadas.

Mazzeo, que vive o protagonista da trama, também acaba por não colaborar muito com a inovação do filme, já que ele apenas vive o conflito traçado no roteiro sem experimentar uma interpretação mais aprofundada de seu personagem, ao contrário de muitos comediantes que tomam o roteiro apenas como uma premissa para que possam mergulhar no papel, experimentando novas características que contribuam para preencher a produção.

O filme narra a história de Bruno (Bruno Mazzeo), que tem a sua reputação destruída após trair a namorada (Fernanda Paes Leme), que, revoltada, resolve se vingar e publicar um vídeo no Youtube para que todos possam ver o péssimo desempenho sexual de seu namorado, que sofre de ejaculação precoce. Após se tornar um fácil alvo de inúmeros tipos de piadas entre os internautas de todo o país, ele parte em busca de uma solução para o problema: encontrar uma garota com quem ele possa ter uma transa perfeita, gravá-la e publicar na internet a fim de reconstruir a sua péssima imagem.

A partir daí ele passa por uma série de conturbadas confusões para cumprir sua missão. Dirigido por José Alvarenga Jr, o filme se reproduz nos moldes semelhantes aos do seriado, com as mesmas piadas, que parecem ter sido esticadas para preencherem o tempo de um longa, tornando-se desta forma repetitivas.

Por Mariana Mascarenhas

sexta-feira, 8 de julho de 2011

X-men: Primeira Classe


Depois de quatro produções lançadas no cinema, o quinto filme da série X-men convida o público a voltar no tempo e descobrir o passado longínquo dos personagens Charles Xavier (James McAvoy) e Erik Lensherr (Michael Fassbender), o Magneto, e como eles se conheceram.
Dirigido por Matthw Vaughn (de Kick-ass), X-men – Primeira classe se diferencia de muitos filmes que adoram entreter os espectadores com os famosos heróis dos quadrinhos Marvel e, no entanto, deixam a desejar por caírem na mesmice e serem acompanhados de uma infinidade de
ações supérfluas e desnecessárias.

No entanto, Vaughn acerta em cheio na quinta produção da série ao fazer com que a história vivida pelos personagens ganhe dinamismo e seja envolvente do começo ao fim agregando tecnologia e conteúdo.

O filme começa narrando cenas da infância dramática do personagem Magneto que teve de lidar com o assassinato da mãe na frente dos seus próprios olhos pelo malvado alemão Sebastian Shaw (Kevin Bacon), na época da II Guerra Mundial, pelo fato do menino não ter conseguido demonstrar seus poderes fora do comum. No entanto, a tragédia que se segue desperta nele uma fúria incontrolável que o revela extremamente poderoso. Desde então, ele segue uma incessante busca pelo assassino de sua mãe a fim de liquidá-lo de vez.

Passam-se os anos, o personagem cresce e, na contínua busca por seu alvo, acaba cruzando o caminho do Professor Xavier que também almeja encontrar Shaw para impedi-lo de promover uma III Guerra Mundial, em que os mutantes dizimariam os seres humanos comuns. A partir de então, o professor se junta com Magneto e mais um grupo de alunos mutantes, com as mais variadas e estranhas habilidades, na missão de derrotar o perigoso alemão.

Com uma duração aproximada de 130 minutos, o filme soube trabalhar bem o desenrolar de conflitos entre os personagens, principalmente com a ajuda dos excelentes atores McAvoy e Fassbender, e vem para mostrar que nem sempre os filmes, baseados nas aventuras vividas pelos heróis em quadrinhos, são desprovidos de uma história mais envolvente se tratando apenas de ação.

Por Mariana Mascarenhas

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Se Beber não case - parte II

Depois do sucesso do primeiro filme que estreou há dois anos, Se beber não case – parte II chega aos telões para fazer parte de uma série de produções que, depois de conquistar uma plateia numerosa, surge novamente nos cinemas com uma segunda continuação.

Dirigida por Todd Philips, a comédia conta não somente com a participação do mesmo diretor e elenco principal, como também revive a história trazida pelo filme anterior. Apesar de não terem arriscado um roteiro inovador que se desvinculasse mais das aventuras vividas pelos personagens Stu, Philip e Alan na parte 1, esta nova produção consegue reproduzir a mesma fórmula de sucesso que conquistou inúmeros espectadores em 2009, quando o famoso trio de amigos que aprontam todas numa noite e não lembram de nada no dia seguinte, foi apresentado ao público pela primeira vez.

Portanto, Se beber não case – parte II nada mais é do que a exibição de Se beber não case acrescido de algumas pequenas mudanças.

Desta vez o desengonçado e atrapalhado dentista Stu (Ed Helms) é quem vai se casar. Como a cerimônia se realizará em um resort na Tailândia, seus amigos Phil (Bradley Coper), Alan (Zack Galifi Anakis) e Doug (Justin Bartha) são obrigados a viajarem até o local para acompanharem o casamento do amigo. Dois dias antes do matrimônio os quatro amigos resolvem fazer uma pequena despedida de solteiro acompanhados do jovem e tímido cunhado (Masson Lee) de Stu. A noite passa, o dia amanhece, e os espectadores se deparam com a já conhecida cena da primeira trama: Phil, Alan e Stu acordam em um lugar desconhecido, em estado precário e não se lembram de nada o que aconteceu na noite anterior.

Ao contrário da primeira produção, em que eles precisam encontrar seu amigo Doug, que desta vez volta para o hotel e, diferente dos amigos, parece ter permanecido sóbrio, o trio sai em busca do jovem cunhado de Stu e, à medida que procuram pistas sobre onde ele possa estar, vão descobrindo as loucas aventuras em que se meteram na noite anterior.

Para esta trama, no entanto, os conflitos ganham algumas cenas de caráter mais pesado acompanhadas de inúmeras piadas de duplo sentido como parte dos famosos roteiros que apelam para a malícia a fim de conquistarem o público e acabam conseguindo.

Portanto, o filme nada mais é do que uma reprodução do anterior que acaba se destacando por ter feito uma história de sucesso, mas, no entanto, se for para filmar o mesmo drama pela terceira vez, certamente a produção não surtirá o mesmo efeito já que mesmo essa segunda parte poderia ter ganhado novos conflitos que se diferenciassem da primeira parte.

Por Mariana Mascarenhas

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Piratas do Caribe - Navegando em Águas Misteriosas


O quarto longa-metragem, Piratas do Caribe - Navegando em Águas Misteriosas ,se distancia de vez de uma produção simples focada nos acontecimentos da história, como visto no primeiro filme da série, para dar lugar novamente a uma trama repleta de mudanças de cenários onde se desenrolam várias ações que contribuem apenas para preencher o filme com efeitos visuais e de movimento sem um real significado para existência de algumas filmagens.

Desta vez o famoso pirata Jack Sparrow, personagem que se tornou idolatrado no mundo todo por um público de faixa etária variada, vem desacompanhado de seus dois amigos, que se consagraram nas outras produções, Elizabeth Swan (Keira Knightley) e Will Turner (Orlando Bloom), para viver novas aventuras ao lado da personagem Angelica, interpretada por Penélope Cruz, que faz o papel de uma antiga namorada de Sparrow.

Depois de escapar da forca em Londres, Sparrow embarca com Angélica no navio do temido Barba Negra, pai da companheira de Jack. O objetivo dos três é chegar à fonte da juventude. No entanto, o trio não está sozinho nesta missão que também é almejada pelo capitão Barbossa (Geoffrey Rush), quem desta vez trabalha para o império inglês e também pretende encontrar a fonte.

Com uma abertura memorável, a trama prende a atenção nas cenas em que Sparrow vai parar no palácio real de Londres, as quais surpreendem na riqueza de detalhes cenográficos retratando a paisagem inglesa de modo perfeito. No entanto, basta que os personagens mudem de cenário e entrem no navio para navegar rumo ao seu destino, que entra em cena uma sequência de ações envolvendo conflitos e lutas, as quais acabam por estender o tempo de duração do filme de maneira desnecessária.

Para os amantes de Johnny Depp e de seu jeito inovador e criativo de incorporar o capitão Sparrow, porém, a experiência de ver o filme continua sendo válida, já que o ator, assim como nas produções anteriores, vem retratando o protagonista de uma forma divertida, original e muito bem interpretada deixando explícito que a perfeição cênica de Depp é que consegue conferir certa qualidade ao filme.

Até mesmo a brilhante Penélope Cruz tem uma atuação apagada na trama e não consegue exibir todo o seu talento artístico. Vale ressaltar também o papel de Geoffrey Rush, na pele do capitão Barbossa, que consegue trazer atuações memoráveis para os telões.

Enfim, a série de filmes Piratas do Caribe trouxe uma história que realmente alavancou um grande sucesso dado o seu contexto, mas, à medida que o longa foi se prolongando em novas continuações, o foco deixou de ser o conteúdo em si para migrar para uma série de efeitos especiais acompanhado de inúmeras ações, sendo muitas delas desnecessárias. E como o quarto filme é o primeiro a ser lançado também na versão 3D, ele não poderia deixar de trazer cenas que explorassem o visual. Nada contra, aliás a cenografia realmente foi muito bem produzida, mas o diretor Rob Marshall, que passou a assumir o papel de Gore Verbinski, quem dirigiu as produções anteriores , esqueceu que trabalhar o conteúdo e o intelecto do público é sempre bom de vez em quando.

Por Mariana Mascarenhas

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Evita



Ao contrário de outros musicais que priorizam a música acompanhada de inúmeras frases faladas, Evita deslumbra a plateia e se difere das demais produções teatrais cantadas, ao investir em uma trama produzida inteiramente em versos musicais. Sem nenhuma frase falada o espetáculo traz um desafio a mais para o elenco de atores que o encara muito bem e prende a atenção do público do começo ao fim.


O espetáculo se inova o tempo todo com uma sequência de números musicais que se alternam em um curto período de tempo produzindo uma sucessão de cenas que se emendam entre si sendo que, mal uma acaba e já ganha continuidade em uma próxima encenação fazendo com que a história seja contada de uma forma extremamente dinâmica e envolvente.


Dirigido por Jorge Takla, que por sinal faz um excelente trabalho, a peça conta a vida da ex-primeira dama argentina Evita Perón (1919 – 1952) – interpretada por Paula Capovilla, remetendo os espectadores para os anos de glória e também de decadência de uma mulher que foi tão idolatrada por grande parte da população argentina, passando pelas suas fases de atriz a esposa do presidente Juan Perón – papel de Daniel Boaventura.


A atriz Paula Capovilla realmente mergulha em seu personagem e consegue incorporar a primeira dama de uma forma profunda e intensa trazendo muito do realismo de Evita para o palco, tanto em traços psicológicos como físicos. O espetáculo emociona através de momentos memoráveis como a tão conhecida cena em que a protagonista canta “Don’t cry for me Argentina” (traduzido para o português na peça, assim como todas as outras canções). O figurino muito bem trabalhado, principalmente da personagem principal, é de grande contribuição para que o espectador possa imergir ainda mais neste universo conturbado e ao mesmo tempo glorioso vivido por Evita.


A peça ainda conta com a excelente participação do ator Fred Silveira no papel de Che Guevara, quem narra os acontecimentos da trama. Com sua brilhante atuação, ele rouba a atenção da plateia e muitas vezes consegue se destacar mais até mesmo do que a Paula Capovilla com uma voz incrível.


Evita é composta por um cenário diferente que prioriza a tecnologia com telões colocados ao redor do palco, os quais ilustram o espetáculo através de vídeos e imagens da verdadeira primeira dama Argentina.


Diante do grande sucesso, a peça permanece até o dia 31 de julho em cartaz no teatro Alfa. Não deixe de conferir esse elenco impecável composto apenas por excelentes atores que dão um verdadeiro show musical com suas vozes.

Por Mariana Mascarenhas

sexta-feira, 13 de maio de 2011

VIPs

Mais uma vez o ator Wagner Moura vem arrebentando nos telões, e trazendo uma nova identidade para o cinema nacional, ao se superar cada vez mais na incorporação de seus personagens. Depois de se consagrar como o famoso “Capitão Nascimento” em Tropa de Elite e em Tropa de Elite 2, que atraiu um público de mais de 10 milhões de espectadores aos cinemas, sendo o filme mais visto da história do cinema brasileiro, Wagner Moura continua alavancando sua carreira com grandes atuações e não faz diferente em VIPs, onde ele vive um personagem que precisa assumir identidades de outras pessoas na tentativa de ser alguém importante na vida.


Seu personagem assume várias identidades falsas que vão desde piloto de avião, em que ele acaba aprendendo a pilotar sozinho e se aproveita da situação para assumir vários papéis, a nada menos do que Henrique Constantino, filho do dono da Gol. Ao se passar por Constantino, ele entra no camarote do carnaval de Recife e se torna o centro das atenções conseguindo inclusive ser destaque na mídia.


Dirigido por Toniko Melo, VIPs se inova do começo ao fim apresentando um desfecho bem trabalhado que, com a ajuda de um ator como o Wagner Moura, não poderia deixar de ser surpreendente e brilhante.

Por Mariana Mascarenhas

segunda-feira, 2 de maio de 2011

New York New York

Quebrando a linearidade de produções cinematográficas que vão para os telões inspiradas nas peças de teatro musical que emocionaram plateias, New York New York se difere um pouco desta tradição justamente por passar por situação inversa ao se inspirar no filme para chegar aos palcos.


A história foi apresentada pela primeira vez em 1977, na versão cinematográfica dirigida pelo cineasta Martin Scorsese, e baseada no romance de Earl Mac Rauch, quem fez a adaptação para a versão teatral que somente agora ganha vida em ambiente cênico. Em cartaz no teatro Bradesco, com direção cênica de José Possi Neto e direção musical de Fábio Gomes de Oliveira, o musical é composto por 54 atores divididos em 16 atores-cantores, 13 bailarinos e 25 músicos.


A trama se passa nos Estados Unidos, no final da II Guerra Mundial e tem como foco principal uma envolvente história de amor entre o saxofonista Johnny Boyle (interpretado por Juan Alba) e a cantora Francine Evans (interpretada por Alessandra Maestrini) que se conhecem em um bar durante as comemorações de pós-guerra.


Em termos cenográficos o espetáculo não deixa a desejar, mas também não demonstra grandes explorações neste sentido. No entanto, as coreografias muito bem interpretadas são um dos destaques da peça ao trazer excelentes dançarinos que surpreendem positivamente a cada novo número musical. A atriz e cantora Alessandra Maestrini, sem dúvidas, rouba as cenas da peça em muitos momentos com sua excelente voz e uma atuação brilhante e enérgica que chega a ser transmitida a todos com quem ela contracena, como o ator Juan Alba que junto com a atriz formam uma dupla perfeita nas incorporações de seus personagens.


A atriz Simone Gutierrez, destaque no musical Hairspray que ficou em cartaz no teatro Bradesco, também rouba a atenção da plateia em vários momentos na atuação de vários personagens que ela interpreta.


Todas as músicas são cantadas em sua versão original, sem tradução para o português, acompanhadas apenas de uma legenda em um telão na parte superior do palco, que oferece a tradução. A peça produz grandes cenas memoráveis sendo uma das principais a apresentação da música New York New York, sendo cantada pela atriz Alessandra que chega até mesmo a arrancar elogios da plateia. O espetáculo tem curta temporada e está previsto para ficar em cartaz até o dia 3 de julho.

Por Mariana Mascarenhas

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Rio




Um filme que vem com tudo para ser um dos fortes indicados ao Oscar 2012 de melhor animação e o possível ganhador da estatueta, Rio deslumbra os espectadores com a beleza natural da cidade maravilhosa ao incorporar realidade em desenho de uma forma espetacular.

Do diretor e criador brasileiro, Carlos Saldanha de A Era do Gelo 2, essa nova animação conta a história de uma adorável arara-azul macho chamada Blu (voz de Jesse Eissenberg de A Rede Social) que quando pequena é raptada de sua terra natal, a cidade do Rio de Janeiro, por traficantes de animais e levada para o estado norte-americano de Minnesota , onde acaba sendo encontrada por uma garota que a adota e elas crescem juntas. Após passar anos sendo domesticada em uma livraria que pertence a sua dona, Blu, já adulta e sem saber voar, é vista por um ornitólogo brasileiro (dublado por Rodrigo Santoro) o qual decide levá-la ao Brasil junto com a dona, para que o animal, já em extinção, cruze com a agitada arara-azul Jade a fim de manter a perpetuação da espécie.

Após chegar ao Rio de Janeiro, Blu e sua companheira Jade são roubados, conseguem fugir da mão dos bandidos e, a partir daí, inicia-se uma série de aventuras e confusões que arrancam altas risadas da plateia, seguida por cenas magníficas sobre os pontos turísticos do Rio de Janeiro.

A perfeição na descrição dos detalhes ao reproduzir imagens como o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor, entre outros pontos turísticos, atinge o auge do brilhantismo ao apresentar um dos maiores espetáculos da Terra: o desfile das escolas de samba passando pelo sambódromo do Rio de Janeiro. A cena, que acontece no final do filme quando os destinos de todos os personagens culminam na Sapucaí, comove os espectadores de uma forma envolvente como se estivessem imersos na passarela do samba vivendo as aventuras do filme.

Enfim, Rio é uma produção que veio para mostrar que quando se mesclam perfeição cinematográfica e belezas naturais incomparáveis como as do Rio de Janeiro o resultado não pode ser diferente criando uma animação de dar inveja às outras já criadas e que foram grande sucesso nos telões.

Por Mariana Mascarenhas


terça-feira, 12 de abril de 2011

As mães de Chico Xavier




Com direção de Glauber Filho e Halder Gomes, As mães de Chico Xavier já é o terceiro filme lançado, dentro de pouco mais de um ano, na série de produções que vêm exaltando o espiritismo, através de histórias relacionadas ao médium Chico Xavier. No entanto, a produção atual quebra a linearidade de um caráter inovador e muito bem interpretado trazido pelos outros filmes Chico Xavier e Nosso Lar.

Diferente dos dois anteriores que conquistaram plateias de cinema contando com um público total de 3,4 milhões de espectadores em Chico Xavier e 4 milhões em Nosso Lar, os diretores trazem para a trama atual uma história previsível, privada de recursos cenográficos e sem riqueza de interpretação e entrega dos atores aos personagens.

Baseado no livro “Por trás do Véu de Ísis” de Marcel Souto Maior, o filme traz histórias paralelas que envolvem um casal, interpretado por Herson Capri e Via Negromonte, que vive a dor causada pelas insanidades do filho drogado, uma professora que precisa lidar com uma gravidez indesejada, um jornalista (Caio Blat) que precisa ir até Chico Xavier (Nelson Xavier) para produzir uma reportagem especial sobre o dom do médium de conversar com os espíritos e uma mãe desesperada com a morte do filho pequeno.

Ao final, todas as histórias se cruzam quando estes personagens, assolados pela dor de terem perdido alguém próximo, vão ao encontro de Chico Xavier em busca de uma resposta sobre o destino de seus entes queridos.

A ausência de brilhantismo, imprevisibilidade e a inércia dos personagens contribuem para um filme lento, cansativo e memorável apenas pelas poucas atuações de Nelson Xavier - que assim como na trama de Chico Xavier, não deixa de trazer para os telões o realismo do médium - e pelas pouquíssimas vezes em que a emoção consegue ao menos tocar de forma leve os espectadores, mas nada que se compare à intensidade emocional trazida pelas produções anteriores.

Por Mariana Mascarenhas

domingo, 3 de abril de 2011

127 horas


Do mesmo diretor de Quem quer ser um milionário? (Danny Boyle), 127 horas é um filme baseado em fatos reais que consegue prender a plateia com fortes emoções de caráter realista. Privado de diálogos, até porque a situação impõe a isso, Boyle se preocupa em fazer com que o espectador entre na mente do protagonista e entenda suas angústias e aflições de forma que, ao desenrolar da trama, o público possa estar totalmente familiarizado com o personagem.

Em 127 horas o ator James Franco interpreta o alpinista Aron Ralston. Apaixonado por aventuras ele já se habituou a infiltrar nos mais diversos tipos de situação sempre acompanhado da mochila de viagem, sua única companheira já que ele gostava de se aventurar sozinho sem dar satisfações a ninguém, até que um dia ele percebe a consequência de seu egoísmo. Ralston fica com o braço preso em uma fenda e, impossibilitado de movê-lo e sem ter comunicado a ninguém para onde iria, ele vai se dando conta, durante as 127 horas em que permanece com o braço imóvel, dos inúmeros erros que cometeu em sua vida e como o egoísmo o destruiu.


É justamente nas cenas em que o alpinista passa momentos de reflexão conversando consigo mesmo e pensando no que fez, que a plateia pode se sentir totalmente imersa em sua vida e é levada a se aproximar mais da suas angústias e dores daquele momento.

A impressionante calma e o autocontrole que ele tenta impor para si durante todo o tempo em que está preso começa a dar lugar ao desespero quando cinco dias se passam e acaba toda a comida e bebida que ele possuía em sua mochila, a qual já havia sido devidamente racionada, pois se não acabaria logo no primeiro dia. Neste momento, Ralston apela para uma solução agonizante, mas que é a única que poderia garantir a sua sobrevivência. Seguem-se então cenas que deixarão muitos espectadores atordoados.

Franco consegue conferir excelente credibilidade revivendo os momentos de tensão do alpinista e junto com Danny Boyle oferecem uma grande produção para os telões.

Por Mariana Mascarenhas

quinta-feira, 17 de março de 2011

Burlesque



Com uma produção cenográfica incompleta e sem a menor exploração de grandes recursos, famosos por enriquecer os filmes musicais norte-americanos, o que não é o caso neste filme, Burlesque apresenta suas cenas de início com um caráter regular para, posteriormente, a situação se deteriorar ainda mais.


Nem a excelente voz da Christina Aguilera, que faz a protagonista do filme, supera os desníveis de atuação e previsibilidade que ocorrem durante a produção.


Dirigido por Steven Antin , Burlesque conta a história de Ali (Christina Aguilera), uma moça que, cansada da rotina tediosa em que vive em sua pequena cidade natal, vai para Los Angeles almejando grandes conquistas que envolvam fama e sucesso.


Ao chegar à movimentada cidade, Ali vai parar na boate Burlesque, onde belas mulheres se apresentam toda as noites. A moça do interior logo se deslumbra com o que ela vê e decide se tornar uma delas, mas para isso vai ter que convencer a gerente da casa noturna Tess (Cher), que realmente merece ser uma delas, o que acaba não sendo nada fácil já que Tess está extremamente disposta a não aceitá-la.


No entanto, a insistência de Ali é tamanha que a moça, após ser contratada como garçonete da boate graças a uma mãozinha do balconista que fica extremamente apaixonado por ela desde o primeiro momento que a vê, acaba se tornando uma das dançarinas do Burlesque.


Apesar da excelente voz de Christina Aguilera na interpretação dos números musicais, a atuação da cantora não segue a mesma proporção de encantamento o que acaba por deixar o filme estático, o qual, na verdade, não se destaca pela atuação de nenhum dos atores. Até mesmo a brilhante Cher não surpreende em nada com seu personagem traçando apenas uma atuação previsível e sem inovações.


Conferir Burlesque, que saiu de cartaz recentemente mas em breve já será lançado em DVD, é uma experiência válida para o público que realmente tem uma forte apreciação musical pela Christina Aguilera que com sua voz acaba por salvar um pouco o tédio trazido pelo filme.

Por Mariana Mascarenhas

sexta-feira, 11 de março de 2011

Cisne Negro

Ganhador do Oscar de melhor atriz para Natalie Portman, o filme Cisne Negro se consagra pela brilhante atuação de Natalie que confere à produção um ar de suspense hipnotizante do começo ao fim, que também foi muito trabalhado pelo diretor da produção, Darren Aronofsky, de O Lutador.

Aronofsky investe pesado no terror psicológico e traz para os telões uma obra formidável que rendeu o merecido Oscar de melhor atriz. Em Cisne Negro, Natalie Portman é Nina, uma bailarina de 28 anos que nunca teve experiências sexuais e sempre foi altamente controlada por sua repressora mãe.

A ambição de Nina em ser cada vez mais perfeccionista no balé faz com que ela ganhe o papel principal de "O Lago dos Cisnes" e justamente nesse momento sofra intensos surtos psicológicos. Para que a atuação seja perfeita, a bailarina precisa explorar os seus dois lados: o mais puro e inocente, ao incorporar o Cisne Branco e, ao mesmo tempo, o mais sensual e tentador, ao representar o Cisne Negro.

No entanto, o perfil totalmente puro e inocente da bailarina que, apesar de ser totalmente adequado para que ela traga a essência da perfeição na interpretação do Cisne Branco, se torna totalmente desapropriado na incorporação do Cisne Negro que exalta traços psicológicos de lado extremamente opostos a personalidade de Nina, quem não consegue trazer a sexualidade para o papel. A busca da perfeição associada à forte pressão imposta pelo coreógrafo francês Thomas Leroy (Vincent Cassel), quem monta "O Lago dos Cisnes", além de uma forte concorrente que deseja a todo custo se tornar a protagonista da peça, faz com que Nina se transforme totalmente.

Essa transformação psicológica da personagem é representada de forma espetacular por Natalie Portman ao fazer com que a Nina inocente descubra os prazeres sexuais e vá se transformando em outra pessoa à medida que ela se entrega ao papel do Cisne Negro. Porém, a pressão para conseguir ser perfeita é tanta que ela acaba sendo assolada por delírios intensos que invadem a atenção dos espectadores.

Depois de tantas conturbações psicológicas, finalmente chega o dia da apresentação de "O Lago dos Cisnes", o qual termina em um desfecho sensacional da produção cinematográfica. Não deixe de descobrir porque Natalie Portman mais do que mereceu levar o Oscar de melhor atriz em Cisne Negro.

Por Mariana Mascarenhas

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei é o vencedor do Oscar 2011


Na noite que representa a maior festa da indústria do cinema, a 83a cerimônia do Oscar teve no palco do Kodak Theatre em Los Angeles artistas já esperados para receber a estatueta. O merecido O Discurso do Rei fechou a noite de gala ao ganhar o Oscar de melhor filme, não podendo ser diferente já que ele trouxe para os telões uma atuação impecável. Além de ganhar o prêmio mais esperado da noite, a produção, que conta a história do filho do rei George V que era gago e mal conseguia falar em público, ainda levou as estatuetas de melhor roteiro original, melhor diretor (Tom Hooper) e melhor ator (Colin Firth).

Essa talvez tenha sido a cerimônia que apresentou menos surpresas, já que, quase todas as premiações já eram esperadas como o Oscar de melhor animação que foi para Toy Story 3, uma das melhores produções cinematográficas desta categoria sendo digna até mesmo de ter a forte chance de levar o prêmio de melhor filme. Outro momento previsível foi a entrega da estatueta de melhor atriz para Natalie Portman (Cisne Negro), que também não podia ser diferente dada a brilhante atuação da atriz que chegou a chocar os espectadores nos telões.

Já o também aclamado A Origem, forte candidato a levar o prêmio de melhor roteiro original, mas acabou perdendo para O Discurso do Rei, foi premiado por melhor fotografia, efeitos visuais, edição de som e efeitos sonoros, o que também não foi nenhuma surpresa.

Neste ano a cerimônia ganhou um ar mais descontraído com a apresentação de James Franco e Anne Hathaway que logo no vídeo de abertura faziam encenações cômicas como se estivessem participando de todos os filmes indicados.

A lista completa dos vencedores das 24 categorias segue abaixo:
Melhor Filme
O Discurso do Rei (The King's Speech)
Melhor Diretor
Tom Hooper, O Discurso do Rei (The King's Speech)
Melhor Ator
Colin Firth, O Discurso do Rei (The King's Speech)
Melhor Ator Coadjuvante
Christian Bale, O Vencedor (The Fighter)
Melhor Atriz
Natalie Portman, Cisne Negro (Black Swan)
Melhor Atriz Coadjuvante
Melissa Leo, O Vencedor (The Fighter)
Melhor Animação
Toy Story 3
Melhor Direção de Arte
Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland)
Melhor Fotografia
Wally Pfister, A Origem (Inception)
Melhor Figurino
Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland)
Melhor Documentário
Trabalho Interno (Inside Job)
Melhor Documentário de Curta-Metragem
Strangers No More
Melhor Montagem
A Rede Social (The Social Network)
Melhor Filme em Língua Estrangeira
Em um Mundo Melhor (In a Better World, Dinamarca)
Melhor Maquiagem
O Lobisomem (The Wolfman)
Melhor Trilha Sonora Original
Trent Reznor e Atticus Ross, A Rede Social (The Social Network)
Melhor Canção Original
We Belong Together, de Toy Story 3. Música e letra de Randy Newman
Melhor Animação de Curta-Metragem
The Lost Thing
Melhor Curta-Metragem
God of Love
Melhor Edição de Som
A Origem (Inception)
Melhores Efeitos Sonoros (Sound Mixing)
A Origem (Inception)
Melhores Efeitos Visuais
A Origem (Inception)
Melhor Roteiro Adaptado
A Rede Social (The Social Network), Aaron Sorkin
Melhor Roteiro Original
O Discurso do Rei (The King's Speech), David Seidler

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei


Um forte candidato que promete brilhar na noite mais importante do cinema, O Discurso do Rei lidera nas indicações ao Oscar, concorrendo a 12 estatuetas. Dirigido por Tom Hooper, o auge do brilhantismo desta produção ocorre na impecável atuação de Colin Firth sem deixar, é claro, de elogiar o excelente trabalho cênico de Geoffrey Rush, que junto com Firth formam uma dupla surpreendente levando os espectadores a embarcar no drama vivido pelos dois.

A história se passa na década de 30 quando George V é o rei da Inglaterra. O foco da narração, no entanto, se dá sobre o filho dele: Bertie (Colin Firth), o Duque de York, vítima de uma gagueira que o incomoda desde criança. O desespero do filho do rei é mostrado logo no início do filme quando ele tem que fazer um discurso diante de um numeroso público. A cena que passa então pode ser considerada uma das mais memoráveis do filme, dado o nervosismo que Firth passa na vivência de seu personagem, que mal consegue iniciar o discurso.

Outros excelentes momentos são representados nas cenas em que Bertie, cansado de procurar tratamento para o seu problema, vai se encontrar com Lionel Logue (Geoffrey Rush), um terapeuta que promete curá-lo com métodos nada convencionais. A interação dos dois certamente é de grande contribuição para o enriquecimento psicológico do filme, uma vez que a forte aproximação dos atores é indispensável para que o público sinta o drama do protagonista e ao mesmo tempo entenda porque Lionel lida com a situação de forma tão diferente mostrando para seu paciente que a chave de tudo está em acreditar em si mesmo.

A autoconfiança de Bertie vai se ampliando principalmente no momento em que ele é coroado rei da Inglaterra, logo após a morte de seu pai seguida pela abdicação do irmão.

O Discurso do Rei poderia ser classificado como a essência da perfeição cinematográfica, o que acaba não ocorrendo por pecar na cenografia que não traz aos telões o ambiente da época e mal investe no figurino fazendo com que os personagens, em aspecto físico, não ganhem a relevância que deveriam, por se tratar de uma história da realeza.

Tomara que essa pequena falha não atrapalhe o filme na noite de entrega do Oscar. Não deixe de conferir essa magnífica produção de Tom Hooper.

Por Mariana Mascarenhas

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Biutiful

Um drama pesado que vai apenas alimentando o nível de tensão e sofrimento dos personagens conforme o desenrolar do filme. Assim é Biutiful, que talvez pela brilhante atuação dos atores dentro de um caráter extremamente realista, concorre ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

No entanto, a produção do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, peca por trabalhar em uma linearidade de ações previsíveis que não se inovam no decorrer da trama e nem surpreendem a plateia que já fica no aguardo por mais uma sequência de emoções trágicas e depressivas que tomam conta do filme. Não que tal peso emotivo acabe por atrapalhar a história, mas sim o fato de ter sido mal trabalhado para que o sofrimento presente pudesse ser surpreendente e não linear.

Apesar de ser previsível, tal peso dramático é muito bem explorado pelo ator Javier Barden (Onde os Fracos Não Tem Vez) no papel de Uxbal, um homem que atua em várias atividades do comércio ilegal para sustentar seus dois filhos pequenos, além de ter de suportar o total desequilíbrio emocional de sua ex-mulher, que não deixa de persegui-lo. De arrumar uma melhor condição de vida para um grupo de chineses ilegais que vivem em condições precárias a explorar suas habilidades de conversar com os mortos para lucrar com isso, Uxbal faz de tudo para melhorar a situação familiar.

Como se já não bastassem os problemas de sua vida agitada, o homem ainda tem de lidar com algo trágico, um grave câncer que lhe garante apenas dois meses de vida, e que vai destruindo-o cada vez mais, de forma que ele faz de tudo para esconder a doença dos seus filhos.

O filme também concorre ao Oscar de melhor ator para Javier Barden quem realmente salva essa produção cinematográfica.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O Turista


Um filme que prometia vir com tudo, mas acabou chegando aos telões com cenas previsíveis e sem muita surpresa, O Turista já agradou e ainda vai agradar muitos que ainda não conferiram a produção, mas sem deixar no ar aquele toque de “quero mais” ao final da trama por abrir mão da exploração de recursos cinematográficos que surpreendam o público, o que é indispensável nas gravações de um filme.

Do mesmo diretor de A Vida dos Outros, Florian Henckel von Donnersmarck, O Turista conta a história da misteriosa Elise (Angelina Jolie), mulher inglesa que, após ser perseguida por mafiosos russos e agentes secretos, toma um trem para Veneza e como parte de um plano faz amizade com um desconhecido, para que este seja confundido com Alexander Pearce , um mafioso homem com quem ela viveu e passou por várias operações plásticas para não ser reconhecido.

Como todos que estão à procura do perigoso homem, não sabem mais como é o seu rosto, passam a desconfiar de Frank (Johnny Depp), um tímido professor de matemática que Elise conhece no trem e dá a entender que é realmente o seu marido. A partir daí confusões começam a acontecer até Frank entender o que está acontecendo e tentar se livrar daqueles que querem matá-lo.

Diferente de outras produções, principalmente daquelas dirigidas por Tim Burton, Depp apenas interpreta um personagem dotado de traços comuns, mas que poderiam ser mais explorados principalmente em se tratando de um excelente ator como ele, que trabalha tão bem a interpretação facial, sendo que tal exploração contribuiria muito para dar certa inovação em O Turista.

Já Angelina Jolie parece querer tomar a cena para si e colocar todo o filme em função apenas de sua personagem, o que em alguns momentos até se torna concreto, mas muitas vezes as cenas acabam sendo complementadas por Depp. O ator, apesar de não ter trabalhado toda a sua capacidade artística, consegue se destacar dentro da trama dividindo a atenção do filme entre ele e Jolie, apesar de ter feito Frank apenas como um professor simples e normal e, justamente por isso, não ter explorado outros recursos.

Trata-se de um filme que com certeza não vai deixar de agradar a plateia, mas também vai causar a sensação de que algo foi esquecido por Donnesmarck para que O Turista pudesse ser visto como um grande filme de ação.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A Origem (em DVD)


Dirigido por Christopher Nolan, trata-se de uma produção muito bem trabalhada em todos os aspectos, principalmente no intelectual. Ao contrário de uma grande variedade de filmes que vem transformando o mercado cinematográfico em um verdadeiro complexo de cultura superficial, marcada muito mais pela tecnologia do que pela verdadeira atuação, A Origem é uma daquelas produções em que o público não pode desviar os olhos dos telões nem por um minuto para não perder a sequência de ações muito bem exploradas que vão se desenrolando.

O roteiro narra a história de Cobb (interpretado por Leonardo Di Caprio), um homem especializado em invadir a mente das pessoas com a capacidade de roubar informações do inconsciente delas. Longe de sua casa nos Estados Unidos, ele foi obrigado a fugir do país, depois de ter sido acusado como o responsável pela morte de sua mulher Mal (Marrion Cotillard), mesmo que ele o tenha feito sem querer.

Desesperado para voltar ao lar e rever seus dois filhos pequenos, em troca de uma passagem para os E.U.A, ele aceita a proposta feita pelo empresário japonês Saito (Ken Watanabe): invadir a mente de Richard Fischer (Cillian Murphy), herdeiro de um grande império econômico, e implantar uma ideia de que ele deve doar o dinheiro herdado. Só o que Cobb não contava era com a constante presença de sua falecida mulher nos sonhos, o que o faz recorrer a inexperiente arquiteta de sonhos Ariadne (Ellen Page), além de seu grande parceiro com quem ele já trabalhava, Arthur (Joseph Gordon-Levitt), para que o missão de Saito possa dar certo .

Para quem não viu nos telões, vale conferir a produção, já lançada em DVD*, na telinha de casa e descobrir porque o filme vem sendo tão elogiado pela crítica e aclamado na disputa ao Oscar, ao lado de outras grandiosas produções.

*apesar de publicar no blog apenas filmes que estão em cartaz nos cinemas, resolvi abrir espaço para este, pela excelente repercussão na crítica cinematográfica e por suas merecidas indicações ao Oscar.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Doze homens e uma sentença

Escrita por Reginald Rose e baseada no filme dramático dirigido por Sidney Lumet, a peça Doze homens e uma sentença fica em cartaz até o dia 6 de fevereiro no Centro Cultura Banco do Brasil. Com um elenco impecável, a produção teatral oferece um verdadeiro espetáculo de interpretação através de um jogo cênico muito bem explorado.

No palco, 12 atores dividem a cena interpretando um grupo de sujeitos que ficaram responsáveis de julgar o réu (um garoto de 16 anos que foi acusado de matar o pai), e se culpado, declará-lo à pena de morte.

A forma como o cenário é colocado diante do público e como se dá o posicionamento dos atores em cena, acompanhado do diálogo da peça, transporta a plateia do teatro para uma verdadeira sala de julgamento. A princípio 11 homens declaram o réu culpado e apenas um (interpretado por Norival Rizzo) o considera inocente, com base em detalhes da investigação da vida do garoto, o que acaba sendo o estopim para gerar um intenso conflito entre os outros 11 integrantes do julgamento que superficialmente já acusaram o réu e querem se livrar daquela discussão.

No entanto, no decorrer da peça, os outros homens vão sendo influenciados por aquele que considera o réu inocente de uma forma surpreendente e espetacular levando a plateia a passar por momentos de reflexão e análise dos fatos, além de trazer implícita a mensagem de que julgar a vida de outra pessoa que não tem a menor relevância para nós diante da “possível” concretização dos fatos é muito fácil.

Dirigido por Eduardo Tolentino de Araújo, um dos grandes diretores de peças teatrais, pertencente a um dos maiores grupos de teatro do Brasil (grupo Tapa), Doze homens e uma sentença não se destaca somente pela excelente atuação de Norival Rizzo, mas de todo o elenco como o ator Genézio de Barros, que se entrega a situação e defende com todas as forças a tese de que o réu é culpado, mas tal definição é declarada por motivos muito mais pessoais para ele, do que pelo próprio caso em si. Os demais atores que contribuem para essa excelente atuação são: Riba Carlovich, Eduardo Semerjian, André Garolli, Ivo Muller, Brian Penido Ross, José Renato, Augusto César, Oswaldo Mendes, Ricardo Dantas e Marcelo Pacífico.