Peça Berro
O Grupo Tapa, um dos mais conceituados
grupos de teatro brasileiro, comemora 30 anos de existência em 2013 e quem sai ganhando é o público, que poderá acompanhar
diversas obras cênicas escritas por grandes dramaturgos, com destaque para Tennessee
Williams – pseudônimo de Thomas Lanier Willians, estadunidense que ganhou
diversos prêmios, incluindo o Pulitzer – encenada pelo elenco. É o Festival
“Última Chance”, que teve início no dia 2 de novembro e se estenderá até o dia
21 de dezembro no Teatro de Arena Eugênio Kusnet.
O Festival é a última
oportunidade de conferir ainda neste ano algumas novidades cênicas e outras
interpretações já conhecidas que foram apresentadas pelo Grupo e são trazidas
novamente aos palcos.
Até o dia 21 de
dezembro, o Grupo trará diferentes apresentações que ocorrerão sempre aos
sábados às 18h. Entre os espetáculos que já passaram pelo Teatro de Arena destaca-se
Alguns Blues do Tennessee, composta
por três histórias curtas de Tenessee Willians: O Quarto Escuro, Verão no Lago
e A Dama da Noção Antipiolho. Todas
refletindo medos e tragédias humanas dotadas de realismo tanto pelo estilo do
autor, quanto pela atuação vívida do elenco, que cria uma tensão gradativa na
plateia à medida
que os dramas se intensificam dentro de cada personagem e suas respectivas
histórias.
O Festival
trará ainda as peças As Desgraças de uma Criança,
de Martins Pena, que narra a história de dois garotos que acabam gerando
grandes confusões para encobrir seus romances proibidos com duas garotas; Senhorita Júlia, de August Strindberg, que
aborda um embate entre uma aristocrata e seu criado; Berro, de Tennessee Willians, que conta os desafios a serem
enfrentados por dois irmãos atores, que são abandonados pelos integrantes de
sua companhia teatral e, ao encenarem sozinhos uma peça sobre dois irmãos, são
totalmente repudiados pela plateia, e As Viúvas,
de Arthur de Azevedo, que traz três comédias (Amor por Anexins, Uma
Consulta e O Oráculo) sobre os
planos de três viúvas para conquistar um marido.
Criado no
Rio de Janeiro em 1979, o Grupo Tapa tornou-se cada vez mais conhecido não só
entre o público mais restrito de teatro como entre a população em geral e,
conforme crescia imensamente nos palcos através de suas encenações dramáticas,
foi ganhando um respeito cada vez maior da crítica, que passou a aclamá-lo frequentemente.
O Grupo
destacou-se principalmente por seu estilo único e identificável de fazer teatro,
optando sempre por imergir no mundo das obras de grandes dramaturgos nacionais
e internacionais, cujas histórias possuem uma densidade extrema e cativante ao
mesmo tempo. O enriquecimento intelectual e a complexidade emotiva, social e
histórica presentes em cada obra destes renomados escritores, tão cativantes e
transformadores no mundo cultural, tornam-se um desafio para todo aquele que
decide personificá-los no palco, justamente por se tratar de um material tão
influenciador e que necessita de tamanha competência para sua teatralização.
E o Grupo
Tapa, nestes 30 anos de existência, conseguiu e vem conseguindo dar vida nos
palcos a todas as histórias destes escritores, por meio de uma atuação
envolvente de toda sua competente equipe e também do excelente trabalho do seu
diretor artístico Eduardo Tolentino de Araújo. Trata-se de um trabalho muito
mais ligado à atuação do que à cenografia, já que o Grupo é conhecido por suas
apresentações em cenários simples, onde o complemento maior está nos atores, os
quais, desprovidos de qualquer elemento externo, já se mostram capazes transmitir
toda a genialidade das obras, baseando-se para isto apenas neles mesmos.
Vale a pena
conferir o Festival e entender o teatro em sua essência e originalidade, com
análises profundas e reflexivas sobre a sociedade em que vivemos.
Programação:
Senhorita Júlia
Dia 30/11
às 18h
Berro
Dias 7/12
às 18h e 8/12 às 19h
As desgraças de uma criança
Dia 14/12
às 18h
As viúvas de Artur de Azevedo
Dia 21/12
às 18h
Por Mariana da Cruz Mascarenhas