domingo, 20 de maio de 2012

Um Violinista no Telhado



Estamos em um vilarejo russo habitado por diversos moradores judeus, incluindo um humilde leiteiro que vive com a mulher e cinco filhas em uma simples casa. A tradição e o conservadorismo de décadas passadas estão fortemente presentes na trama, que se passa na época em que mulheres e homens não se misturavam em ambientes sociais e filhas eram prometidas em casamento pelos pais. Assim acontece no musical Um Violinista no Telhado que permanecerá em cartaz até 15 de julho no teatro Alfa.

O espetáculo conta com a participação de José Mayer vivendo o protagonista e se destacando com uma excelente atuação ao incorporar Tevye, o leiteiro judeu, um personagem dotado de trejeitos e falas que provocam altas risadas na plateia do começo ao fim da peça. Apesar de se mostrar rígido e conservador no dever de suas missões, o leiteiro revela ter um ótimo coração, principalmente quando se trata de suas filhas.

A trama foca os conflitos vividos pelo protagonista, sua mulher (interpretada brilhantemente pela atriz Soraya Ravenle) e as três filhas mais velhas do casal, que querem se casar com rapazes por quem se apaixonaram. A princípio essas decisões desagradam profundamente os pais, primeiro pelo fato das garotas estarem desrespeitando um regime tradicionalista de se casarem com aquele que o pai ou a mãe escolher e segundo pela condição de cada um deles (dois são de baixa renda e um não é judeu).

Composto por uma história dotada de simplicidade e desprovida de acontecimentos muito envolventes, Um Violinista no Telhado desperta os olhares da plateia muito mais pelos números musicais, repletos de coreografias bem encenadas, do que pela trama em si. A atuação de José Mayer também colabora para engrandecer o espetáculo, já que o ator encara o personagem de uma forma tão natural e atraente criando um vínculo afetivo entre o público e o divertido leiteiro.

Adaptado por Claudio Botelho, a peça foi encenada na Broadway pela primeira vez em 1964 e agora chega a São Paulo. Vale a pena conferir e descobrir a mensagem que a peça traz ao fazer uma analogia entre o regime tradicionalista, que imperava na época, e o que a cena de um violinista tocando no telhado pode representar em contrapartida a essa tradição vigorosa.

Por Mariana Mascarenhas
  

terça-feira, 8 de maio de 2012

Titanic em 3D




Um dos maiores sucessos de bilheteria da história do cinema volta aos telões quinze anos depois de sua estreia, em 1997. A mega produção de Titanic procura agora – no ano em que se celebra o trágico acidente real ocorrido com o navio – se aproximar ainda mais do público ao ganhar uma tecnologia aprimorada e ser rodada na versão 3D.

O filme revive não apenas a tragédia realmente ocorrida no século passado, mas incorpora uma versão do clássico Romeu e Julieta trazendo a história de um improvável e ao mesmo tempo magnífico e envolvente amor entre Rose (Kate Winslet), uma dama da alta sociedade, e Jack (Leonardo Di Caprio), um homem simples e bon vivant das classes populares que se sustenta desenhando pessoas de forma esplêndida e vendendo suas obras. Os dois se conhecem em abril de 1912 durante a primeira embarcação do transatlântico Titanic, que parte da Inglaterra com destino a Nova York.

A união entre os dois fica prestes a ser abalada ao perceberem que um desastre está para acontecer, assim que o transatlântico se choca com um iceberg e começa a afundar, para o desespero dos 2200 passageiros que estavam a bordo.

Se o diretor James Cameron pretendia resgatar na plateia a emoção outrora provocada pelos grandes efeitos da trama, ele certamente conseguiu. Titanic até hoje emociona inúmeros espectadores com a sua dramática história e uma produção que, mesmo depois de vários anos, com tantos filmes que se aprimoraram e se beneficiaram pela evolução tecnológica, continua sendo referência para efeitos especiais cinematográficos.

Apesar de não possuir muitos efeitos em 3D, os avanços tecnológicos investidos no longa-metragem para a sua volta aos telões acrescentam grande vivacidade a cenas memoráveis da trama, como o afundamento do transatlântico e a luta de seus passageiros pela sobrevivência.
Portanto, o segredo do sucesso duradouro produzido pelo Titanic vai muito além de sua história de amor e tragédia e se concentra na mega produção de efeitos cinematográficos feitos na medida certa, de forma arrebatadora e totalmente envolvente.

Ao contrário de muitas produções atuais que se beneficiam do uso de tecnologia inovadora de modo excessivo, sem se preocupar com o contexto e muito menos com uma linearidade cronológica que dê coerência ao filme, o diretor James Cameron sempre soube explorar em seus longa-metragens os efeitos especiais da forma mais perspicaz possível.
Vale a pena conferir e resgatar nos telões essa trama emocionante que se tornou uma das maiores ganhadoras do Oscar – conquistou 11 estatuetas – ao lado das produções O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei e Ben-Hur.

Por Mariana Mascarenhas