quinta-feira, 14 de abril de 2011

Rio




Um filme que vem com tudo para ser um dos fortes indicados ao Oscar 2012 de melhor animação e o possível ganhador da estatueta, Rio deslumbra os espectadores com a beleza natural da cidade maravilhosa ao incorporar realidade em desenho de uma forma espetacular.

Do diretor e criador brasileiro, Carlos Saldanha de A Era do Gelo 2, essa nova animação conta a história de uma adorável arara-azul macho chamada Blu (voz de Jesse Eissenberg de A Rede Social) que quando pequena é raptada de sua terra natal, a cidade do Rio de Janeiro, por traficantes de animais e levada para o estado norte-americano de Minnesota , onde acaba sendo encontrada por uma garota que a adota e elas crescem juntas. Após passar anos sendo domesticada em uma livraria que pertence a sua dona, Blu, já adulta e sem saber voar, é vista por um ornitólogo brasileiro (dublado por Rodrigo Santoro) o qual decide levá-la ao Brasil junto com a dona, para que o animal, já em extinção, cruze com a agitada arara-azul Jade a fim de manter a perpetuação da espécie.

Após chegar ao Rio de Janeiro, Blu e sua companheira Jade são roubados, conseguem fugir da mão dos bandidos e, a partir daí, inicia-se uma série de aventuras e confusões que arrancam altas risadas da plateia, seguida por cenas magníficas sobre os pontos turísticos do Rio de Janeiro.

A perfeição na descrição dos detalhes ao reproduzir imagens como o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor, entre outros pontos turísticos, atinge o auge do brilhantismo ao apresentar um dos maiores espetáculos da Terra: o desfile das escolas de samba passando pelo sambódromo do Rio de Janeiro. A cena, que acontece no final do filme quando os destinos de todos os personagens culminam na Sapucaí, comove os espectadores de uma forma envolvente como se estivessem imersos na passarela do samba vivendo as aventuras do filme.

Enfim, Rio é uma produção que veio para mostrar que quando se mesclam perfeição cinematográfica e belezas naturais incomparáveis como as do Rio de Janeiro o resultado não pode ser diferente criando uma animação de dar inveja às outras já criadas e que foram grande sucesso nos telões.

Por Mariana Mascarenhas


terça-feira, 12 de abril de 2011

As mães de Chico Xavier




Com direção de Glauber Filho e Halder Gomes, As mães de Chico Xavier já é o terceiro filme lançado, dentro de pouco mais de um ano, na série de produções que vêm exaltando o espiritismo, através de histórias relacionadas ao médium Chico Xavier. No entanto, a produção atual quebra a linearidade de um caráter inovador e muito bem interpretado trazido pelos outros filmes Chico Xavier e Nosso Lar.

Diferente dos dois anteriores que conquistaram plateias de cinema contando com um público total de 3,4 milhões de espectadores em Chico Xavier e 4 milhões em Nosso Lar, os diretores trazem para a trama atual uma história previsível, privada de recursos cenográficos e sem riqueza de interpretação e entrega dos atores aos personagens.

Baseado no livro “Por trás do Véu de Ísis” de Marcel Souto Maior, o filme traz histórias paralelas que envolvem um casal, interpretado por Herson Capri e Via Negromonte, que vive a dor causada pelas insanidades do filho drogado, uma professora que precisa lidar com uma gravidez indesejada, um jornalista (Caio Blat) que precisa ir até Chico Xavier (Nelson Xavier) para produzir uma reportagem especial sobre o dom do médium de conversar com os espíritos e uma mãe desesperada com a morte do filho pequeno.

Ao final, todas as histórias se cruzam quando estes personagens, assolados pela dor de terem perdido alguém próximo, vão ao encontro de Chico Xavier em busca de uma resposta sobre o destino de seus entes queridos.

A ausência de brilhantismo, imprevisibilidade e a inércia dos personagens contribuem para um filme lento, cansativo e memorável apenas pelas poucas atuações de Nelson Xavier - que assim como na trama de Chico Xavier, não deixa de trazer para os telões o realismo do médium - e pelas pouquíssimas vezes em que a emoção consegue ao menos tocar de forma leve os espectadores, mas nada que se compare à intensidade emocional trazida pelas produções anteriores.

Por Mariana Mascarenhas

domingo, 3 de abril de 2011

127 horas


Do mesmo diretor de Quem quer ser um milionário? (Danny Boyle), 127 horas é um filme baseado em fatos reais que consegue prender a plateia com fortes emoções de caráter realista. Privado de diálogos, até porque a situação impõe a isso, Boyle se preocupa em fazer com que o espectador entre na mente do protagonista e entenda suas angústias e aflições de forma que, ao desenrolar da trama, o público possa estar totalmente familiarizado com o personagem.

Em 127 horas o ator James Franco interpreta o alpinista Aron Ralston. Apaixonado por aventuras ele já se habituou a infiltrar nos mais diversos tipos de situação sempre acompanhado da mochila de viagem, sua única companheira já que ele gostava de se aventurar sozinho sem dar satisfações a ninguém, até que um dia ele percebe a consequência de seu egoísmo. Ralston fica com o braço preso em uma fenda e, impossibilitado de movê-lo e sem ter comunicado a ninguém para onde iria, ele vai se dando conta, durante as 127 horas em que permanece com o braço imóvel, dos inúmeros erros que cometeu em sua vida e como o egoísmo o destruiu.


É justamente nas cenas em que o alpinista passa momentos de reflexão conversando consigo mesmo e pensando no que fez, que a plateia pode se sentir totalmente imersa em sua vida e é levada a se aproximar mais da suas angústias e dores daquele momento.

A impressionante calma e o autocontrole que ele tenta impor para si durante todo o tempo em que está preso começa a dar lugar ao desespero quando cinco dias se passam e acaba toda a comida e bebida que ele possuía em sua mochila, a qual já havia sido devidamente racionada, pois se não acabaria logo no primeiro dia. Neste momento, Ralston apela para uma solução agonizante, mas que é a única que poderia garantir a sua sobrevivência. Seguem-se então cenas que deixarão muitos espectadores atordoados.

Franco consegue conferir excelente credibilidade revivendo os momentos de tensão do alpinista e junto com Danny Boyle oferecem uma grande produção para os telões.

Por Mariana Mascarenhas