Prepare a caixa de
lenços! Mesmo os mais insensíveis poderão ser pegos de surpresa com os olhos lacrimejantes
diante desta forte e emocionante história que, apesar de não ser baseada em
fatos reais, tem todos os elementos para envolver e sensibilizar qualquer tipo
de espectador.
Baseado no best-seller escrito pelo norte-americano
John Green, que só no Brasil teve mais de 2 milhões de cópias vendidas, A Culpa é das Estrelas – história de
dois jovens apaixonados, vítimas do câncer, que aprenderão a lidar com a doença
juntos – chega aos telões.
A trama traz a história
da personagem Hazel (Shailene Wodley), uma jovem de 16 anos que sofre de um
câncer terminal na tireoide desde os 13 anos, o qual já se espalhou para a sua
região pulmonar. Sua vida ganha cores quando ela conhece Gus (Ansel Elgort), um
rapaz que precisou amputar a perna em razão de um câncer nos ossos, o qual ele
acredita já estar curado. Após se conhecerem num grupo de apoio para jovens,
vítimas da doença, Hazel e Gus sentem-se atraídos um pelo outro e aos poucos
vão se conhecendo cada vez mais até se tornarem namorados.
Gus acaba mudando
totalmente a vida de Hazel ao se mostrar um verdadeiro companheiro, disposto a
fazer o que estiver ao seu alcance para ajudar a namorada a superar seus
momentos difíceis, como arrancar sempre um belo sorriso da garota com seu jeito
cômico e piadista de ser.
Não
obstante, o destino prepara surpresas nada agradáveis para os
dois, em razão de suas doenças, e ambos terão que buscar forças um no outro e
especialmente em si mesmos para enfrentar os obstáculos que surgem ao longo da
trama, provocando até mesmo gemidos de choro em alguns espectadores, diante da
bela e ao mesmo tempo complicada história de amor vivida pelo casal do filme.
Tanto o ator Ansel
Elgort quanto a atriz Shailene Wodley estão brilhantes em seus papéis, principalmente
pelo peso dramático que cada personagem interpretado por eles trazem. Ambos são
jovens atores que trabalham muito bem a maturidade precoce imposta a Hazel e Gus
por suas doenças e ainda a aceitação e superação de passar momentos tão
difíceis em plena juventude, justamente a fase em que os jovens se acham
capacitados para fazer o que quiserem e o que mais desejam é desfrutar de sua
independência, curtindo com os amigos, namorando, e, enfim, aproveitando a
vida. Mas, infelizmente, Hazel possui uma série de limitações, especialmente em
razão da sua dificuldade de respirar, que a obriga a carregar
um aparelho respiratório aonde for.
Todavia é perceptível o
drama vivido pela personagem e como ela encontra forças de superação em Gus,
principalmente por estar na fase das descobertas e talvez este seja um dos
piores momentos para lidar com o câncer, já que as crianças com câncer ainda
não têm a plena consciência do que está se passando com elas e os adultos já possuem
maior maturidade para lidar com a doença.
Apesar de algumas cenas
serem incoerentes com a rotina de pacientes cancerígenos, como o momento em que
Hazel e Guz têm relações sexuais ou ainda bebem champagne – algo que não poderia ser feito por um paciente como
Hazel, em razão de sua doença e das medicações que toma – ou ainda a pele perfeita
da personagem – que na vida real sofreria os efeitos colaterais dos remédios – vale
a pena conferir esta linda e emocionante história, que traz consigo o peso de
lidar com uma doença terminal e, ao mesmo tempo, encarar o sofrimento daqueles a quem amamos muito.
Por Mariana da Cruz Mascarenhas