sexta-feira, 27 de maio de 2011

Evita



Ao contrário de outros musicais que priorizam a música acompanhada de inúmeras frases faladas, Evita deslumbra a plateia e se difere das demais produções teatrais cantadas, ao investir em uma trama produzida inteiramente em versos musicais. Sem nenhuma frase falada o espetáculo traz um desafio a mais para o elenco de atores que o encara muito bem e prende a atenção do público do começo ao fim.


O espetáculo se inova o tempo todo com uma sequência de números musicais que se alternam em um curto período de tempo produzindo uma sucessão de cenas que se emendam entre si sendo que, mal uma acaba e já ganha continuidade em uma próxima encenação fazendo com que a história seja contada de uma forma extremamente dinâmica e envolvente.


Dirigido por Jorge Takla, que por sinal faz um excelente trabalho, a peça conta a vida da ex-primeira dama argentina Evita Perón (1919 – 1952) – interpretada por Paula Capovilla, remetendo os espectadores para os anos de glória e também de decadência de uma mulher que foi tão idolatrada por grande parte da população argentina, passando pelas suas fases de atriz a esposa do presidente Juan Perón – papel de Daniel Boaventura.


A atriz Paula Capovilla realmente mergulha em seu personagem e consegue incorporar a primeira dama de uma forma profunda e intensa trazendo muito do realismo de Evita para o palco, tanto em traços psicológicos como físicos. O espetáculo emociona através de momentos memoráveis como a tão conhecida cena em que a protagonista canta “Don’t cry for me Argentina” (traduzido para o português na peça, assim como todas as outras canções). O figurino muito bem trabalhado, principalmente da personagem principal, é de grande contribuição para que o espectador possa imergir ainda mais neste universo conturbado e ao mesmo tempo glorioso vivido por Evita.


A peça ainda conta com a excelente participação do ator Fred Silveira no papel de Che Guevara, quem narra os acontecimentos da trama. Com sua brilhante atuação, ele rouba a atenção da plateia e muitas vezes consegue se destacar mais até mesmo do que a Paula Capovilla com uma voz incrível.


Evita é composta por um cenário diferente que prioriza a tecnologia com telões colocados ao redor do palco, os quais ilustram o espetáculo através de vídeos e imagens da verdadeira primeira dama Argentina.


Diante do grande sucesso, a peça permanece até o dia 31 de julho em cartaz no teatro Alfa. Não deixe de conferir esse elenco impecável composto apenas por excelentes atores que dão um verdadeiro show musical com suas vozes.

Por Mariana Mascarenhas

sexta-feira, 13 de maio de 2011

VIPs

Mais uma vez o ator Wagner Moura vem arrebentando nos telões, e trazendo uma nova identidade para o cinema nacional, ao se superar cada vez mais na incorporação de seus personagens. Depois de se consagrar como o famoso “Capitão Nascimento” em Tropa de Elite e em Tropa de Elite 2, que atraiu um público de mais de 10 milhões de espectadores aos cinemas, sendo o filme mais visto da história do cinema brasileiro, Wagner Moura continua alavancando sua carreira com grandes atuações e não faz diferente em VIPs, onde ele vive um personagem que precisa assumir identidades de outras pessoas na tentativa de ser alguém importante na vida.


Seu personagem assume várias identidades falsas que vão desde piloto de avião, em que ele acaba aprendendo a pilotar sozinho e se aproveita da situação para assumir vários papéis, a nada menos do que Henrique Constantino, filho do dono da Gol. Ao se passar por Constantino, ele entra no camarote do carnaval de Recife e se torna o centro das atenções conseguindo inclusive ser destaque na mídia.


Dirigido por Toniko Melo, VIPs se inova do começo ao fim apresentando um desfecho bem trabalhado que, com a ajuda de um ator como o Wagner Moura, não poderia deixar de ser surpreendente e brilhante.

Por Mariana Mascarenhas

segunda-feira, 2 de maio de 2011

New York New York

Quebrando a linearidade de produções cinematográficas que vão para os telões inspiradas nas peças de teatro musical que emocionaram plateias, New York New York se difere um pouco desta tradição justamente por passar por situação inversa ao se inspirar no filme para chegar aos palcos.


A história foi apresentada pela primeira vez em 1977, na versão cinematográfica dirigida pelo cineasta Martin Scorsese, e baseada no romance de Earl Mac Rauch, quem fez a adaptação para a versão teatral que somente agora ganha vida em ambiente cênico. Em cartaz no teatro Bradesco, com direção cênica de José Possi Neto e direção musical de Fábio Gomes de Oliveira, o musical é composto por 54 atores divididos em 16 atores-cantores, 13 bailarinos e 25 músicos.


A trama se passa nos Estados Unidos, no final da II Guerra Mundial e tem como foco principal uma envolvente história de amor entre o saxofonista Johnny Boyle (interpretado por Juan Alba) e a cantora Francine Evans (interpretada por Alessandra Maestrini) que se conhecem em um bar durante as comemorações de pós-guerra.


Em termos cenográficos o espetáculo não deixa a desejar, mas também não demonstra grandes explorações neste sentido. No entanto, as coreografias muito bem interpretadas são um dos destaques da peça ao trazer excelentes dançarinos que surpreendem positivamente a cada novo número musical. A atriz e cantora Alessandra Maestrini, sem dúvidas, rouba as cenas da peça em muitos momentos com sua excelente voz e uma atuação brilhante e enérgica que chega a ser transmitida a todos com quem ela contracena, como o ator Juan Alba que junto com a atriz formam uma dupla perfeita nas incorporações de seus personagens.


A atriz Simone Gutierrez, destaque no musical Hairspray que ficou em cartaz no teatro Bradesco, também rouba a atenção da plateia em vários momentos na atuação de vários personagens que ela interpreta.


Todas as músicas são cantadas em sua versão original, sem tradução para o português, acompanhadas apenas de uma legenda em um telão na parte superior do palco, que oferece a tradução. A peça produz grandes cenas memoráveis sendo uma das principais a apresentação da música New York New York, sendo cantada pela atriz Alessandra que chega até mesmo a arrancar elogios da plateia. O espetáculo tem curta temporada e está previsto para ficar em cartaz até o dia 3 de julho.

Por Mariana Mascarenhas