Muito
suspense e aventura estão presentes nesta nova produção Trash – A Esperança Vem do Lixo. Baseado no livro homônimo do
escritor inglês Andy Muligan, o filme foi rodado no Rio de Janeiro e traz para as
telonas dois dos maiores atores do cinema brasileiro da geração atual: Wagner
Moura e Selton Mello.
Com direção
do inglês Stephen Daldry – que dirigiu os excelentes filmes Billy Eliot e As Horas – e do roteirista inglês Richard Curtis, esta produção não
é totalmente nacional, já que alguns atores estrangeiros também integram o
elenco. O diretor e o roteirista foram os responsáveis por escolher o Rio de
Janeiro como cenário para a trama, usando o escrito original em que o autor
limita-se apenas a dizer que a história ocorre num país de Terceiro Mundo, sem
especificá-lo.
Trash conta a história de três
garotos – Raphael (Rickson Tevez), Gardo (Eduardo Luís) e Rato (Gabriel
Weinstein) – que trabalham num lixão. Suas vidas mudam completamente quando um
deles encontra uma carteira com documentos de um homem chamado José Ângelo
(Wagner Moura), que eles não têm ideia de quem seja. Os meninos começam a
estranhar a situação quando o investigador policial Frederico (Selton Mello)
vai até o lixão oferecer uma recompensa para quem encontrar a carteira.
Porém, ao
invés de entregá-la, os garotos resolvem investigar a vida de José Ângelo, com
base no que encontram na carteira, pois acreditam que encontrarão revelações surpreendentes.
A partir de então, inicia-se uma série de descobertas e perseguições aos
meninos pelo policial Frederico, que na verdade é o vilão da história e possui
ligação com pessoas corruptas, como é o caso de um poderoso político – o qual
os garotos descobrem mais tarde ser conhecido de José Ângelo.
São 115
minutos de suspense e mistérios, movidos pela série de pistas apresentadas no
roteiro, que levam o público a tentar desvendá-las. Entretanto, a plateia acabará
percebendo algumas incoerências na trama para que tudo possa se encaixar no
final.
Outro
aspecto negativo são os atores estrangeiros interpretando personagens do
exterior que vivem na comunidade, como um padre e uma professora de inglês, os
quais poderiam muito bem ser interpretados por atores brasileiros, sem a
necessidade de incorporarem personagens de fora do país, o que acaba não dando
nenhum significado às cenas.
É possível
perceber algumas semelhanças entre Trash
e outras produções nacionais que também mostram a realidade de crianças e
adolescentes nas comunidades como Cidade
de Deus e até a produção internacional Quem
Quer Ser um Milionário – ganhador do Oscar de melhor filme em 2010 – que traz
a realidade de meninos que trabalham no lixão pelas ruas da Índia.
Por Mariana da Cruz Mascarenhas
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