Desde os
primórdios da humanidade o homem tenta entender a origem do universo, buscando
comprovações que possam explicar nossa existência e tudo o que nos envolve. Até
o momento, a teoria mais aceita pela comunidade científica é a Teoria do Big
Bang – anunciada pelo cientista russo George Gamow (1904 – 1968) e pelo padre e
astrônomo belga Georges Lemaître (1894 – 1966) – que afirma que o universo
teria surgido após uma grande explosão cósmica (liberação de energia, criando o
espaço-tempo) há cerca de 10 ou 20 bilhões de anos.
São
incontáveis os números de estudiosos que se desdobraram e se desdobram sob esta
teoria em busca de novas revelações. Entre eles um dos mais consagrados
cientistas da atualidade, o inglês Stephen William Hawking. Nascido em Oxford, no
ano de 1942, Hawking, atualmente com 73 anos, é físico teórico e cosmólogo que
ficou conhecido no mundo todo pelo seu extenso trabalho sobre as leis básicas que
governam o universo. Autor do livro Uma
Breve História do Tempo, ele afirmou há pouco tempo que uma nova teoria
sobre a origem de tudo está chegando.
Conhecida
como A Teoria de Tudo, esta teoria virou nome do filme que chegou recentemente nos
telões narrando a vida de Stephen Hawking e que concorre a cinco indicações ao
Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Ator (Eddie Redmayne) e Melhor Atriz
(Felicity Jones). No longa, o público conhece o lado mais pessoal de Hawking
(Eddie Redmayne) desde o período em que ele é um estudante da Universidade de Cambridge,
onde ele conhece uma estudante de poesia ibérica chamada Jane (Felicity Jones),
que também demonstra interesse por ele.
A vivência
deste amor é colocada à prova quando o físico descobre sofrer de uma rara
doença degenerativa motora, que culminaria em sua morte dentro de dois anos.
Mesmo assim, Jane se dispõe a encarar tamanho desafio e assume um namoro com
ele, com quem posteriormente se casa e tem filhos saudáveis. Passam-se mais de
dois anos e Hawking percebe o engano do médico, pois continua vivo, porém sua
doença se agrava cada vez mais, de modo que ele vai perdendo todo o movimento
do corpo gradativamente, até o período em que ele mexe apenas os olhos e passa
a se comunicar com os demais por meio de um sintetizador de voz.
Com direção
de James March e baseado no livro homônimo da ex-esposa de Hawking, Jane, A Teoria de Tudo ganha uma visão muito
mais suavizada e romântica do que foi a relação do físico com sua ex-mulher –
focando quase que inteiramente nisto – sem dar muita abertura aos espectadores
para conhecerem melhor o lado intelectual do físico e suas descobertas.
Mas o
prisma escolhido para contar a vida do físico é forte o suficiente para encher
a plateia de lágrimas. Além do excelente roteiro, as atuações dignas de Oscar
tanto de Redmayne quanto de Felicity são de congelar os olhos. O ator que
encara o protagonista não interpreta Hawking, ele vive Hawking, o que é
perceptível em seu comportamento, em sua respiração, em seu olhar e nas poucas
cenas nas quais ele defende sua teoria, demonstrando real compreensão do que
seu personagem fala e não uma simples decoreba, o que certamente desviaria a
atenção do público.
Felicity
também se revela incrível, conseguindo transmitir perfeitamente a dura missão
de uma mulher que, além de cuidar da casa, dos estudos e dos filhos, precisa
dedicar-se em tempo integral ao marido à medida que ele vai ficando
completamente paralisado. Ela ainda se vê num imbróglio quando conhece um
músico (Charlie Cox), que balança seu coração.
A Teoria de Tudo é um filme
que comove muito mais pelos gestos, silêncio e olhares dos personagens do que
pelas próprias palavras, como em uma das cenas na qual o físico se arrasta
pelas escadas de sua casa por não conseguir andar e troca olhares com seu filho,
ainda bebê, como se ele estivesse voltando a ser uma criança que ainda mal
consegue falar.
Por Mariana da Cruz Mascarenhas
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