sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Harry Potter e as relíquias da morte - Parte 1


Esta pode ser considerada uma das melhores produções de todas as sete já filmadas, baseadas nas obras literárias de J.K Rowling. Tal classificação se deve pelo quesito interpretação que, neste ano, trouxe muito mais peso dramático a todos os personagens. Agora, fica extremamente claro que Harry, Rony e Hermione deixaram de vez sua infância para enfrentar os conflitos da vida adulta em paralelo com a grande batalha final que se aproxima entre o jovem bruxo e Voldemort, a qual vem há muito tempo sendo aguardada ansiosamente pelos fãs.

Mas, eles ainda terão de esperar até julho do ano que vem para o conflito final, pois, a primeira parte do sétimo filme, dirigido por David Yates, é apenas uma premissa de muita bruxaria que ainda virá. Na trama, Harry e seus amigos saem em busca das horcruxes para derrotar Lord Voldemort e ainda enfrentar uma série de situações inesperadas que dão toques de ação ao filme.
Apesar de alguns admiradores do bruxo terem reclamado de detalhes revelados no livro que, simplesmente desapareceram nos telões, o contexto da história não se compromete e a grande atuação dos atores acaba por centralizar a atenção de muitos espectadores.

Daniel Radclife, que interpreta o protagonista Harry Potter, é o maior destaque da trama, apesar de algumas vezes a atriz Emma Watson, que interpreta a bruxa Hermione, roubar a cena com a esperteza e agilidade de seu personagem, na hora de tomar decisões que Harry nem sequer imaginaria para se proteger. Radclife traz para os telões um Harry mais tenso, dramático e com emoções internas muito fortes, prestes a explodir a qualquer momento em virtude do ódio que Voldemort tem por Harry o que acaba sendo transmitido a ele através da horcrux que o jovem bruxo carrega consigo.

Mesmo quem não admira muito as confusões que rolam entre os não-trouxas de Londres e principalmente com Potter, o escolhido para matar aquele-que-não-deve-ser-nomeado, deve conferir a penúltima parte da saga para ver a tamanha evolução que os personagens sofreram. Porém, muitos segredos ainda não serão revelados neste primeiro momento, por isso é melhor que os fãs controlem seus nervos até que a última parte chegue aos telões.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

SENNA



Com cenas emocionantes exibidas ao longo do documentário, “Senna” encanta até mesmo aqueles que foram acompanhar a carreira do piloto nos telões, mais por curiosidade do que pelo carisma de fã, mas certamente acabaram se envolvendo com os momentos de tensão e alegria vividos pelo ídolo brasileiro. A forma como a biografia de Ayrton Senna (1960 – 1994) é contada ganha certo distanciamento do formato de documentário habitual e recebe verdadeiros toques cinematográficos que transformam os vídeos verídicos do piloto correndo nas pistas em um verdadeiro “filme de ficção”, sem material fictício.


Dirigido pelo inglês Asif Kapadia, o documentário centraliza a atenção dos espectadores na mistura de emoções que o ídolo viveu nas pistas e foca principalmente as barreiras que teve de enfrentar para se tornar o tri-campeão mundial de Fórmula-1, como a forte rivalidade existente entre ele e o francês Alain Prost que não mediu esforços para tentar derrotar o mais novo piloto brasileiro que acabara de chegar, naquela época, e em pouco tempo havia se tornado o melhor do mundo. Fatos ligados a vida pessoal de Senna são deixados de lado, com exceção de algumas cenas que mostram o piloto com as namoradas Xuxa e Adriane Galisteu, mas que podem ser consideras apenas flashbacks sem muita relevância para o documentário.


Outro fator que contribui para que a história de Ayrton Senna exibida nos telões se assemelhe a de um filme é que todas as narrações, feitas de pessoas que foram próximas dele, sobre sua vida e carreira foram gravadas em off acompanhadas das emocionantes imagens de sua trajetória profissional até o dia de sua trágica morte em 1994. Fator esse que acaba por atrair bem mais a atenção do público do que em um simples documentário que muitas vezes interrompe uma sequência de imagens para mostrar as fontes que narram uma determinada história.


“Senna” estreou em 12/11/10 e certamente vai emocionar muita gente independente de ser ou não fã do maior piloto de F1 que o Brasil já teve.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Tropa de Elite 2 - O inimigo agora é outro



Sendo raras as vezes que uma produção do cinema nacional tem chances de dar continuidade a história, Tropa de Elite 2 rompe essa barreira levando mais de um milhão de espectadores aos cinemas só nos três primeiros dias de sua estreia.


Contando com a escalação de um grande elenco, além é claro dos atores que já brilharam no primeiro filme e se superaram no segundo, Tropa de Elite 2 se destaca por conseguir o que poucos filmes conseguiram: dar continuidade ao enredo de forma que ele se destaque mais do que o primeiro. Mas o longa dirigido por José Padilha se inclui nesta categoria mostrando quem realmente são os responsáveis pela corrupção e a violência que estão espalhados pelas comunidades do Rio de Janeiro.


O tenente-coronel (no primeiro filme, capitão), Nascimento, interpretado com muito mais peso e drama emocional do que no primeiro filme, por Wagner Moura, é obrigado a deixar o cargo por uma falha cometida pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) e se torna secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro. É a partir deste momento que ele começa a perceber que os policiais e políticos corruptos são os seus verdadeiros inimigos e para poder provar que há algo de muito podre no “sistema”, ele vai ter que agir de cabeça erguida e sem olhar para os lados, pois está totalmente cercado por adversários.


Se Wagner Moura ascendeu muito em sua carreira artística com Tropa de Elite, para esta nova produção ele atinge o auge da interpretação já que desta vez todo o preparo cênico envolve uma interiorização dramática que traz o desgaste do personagem diante dos conflitos vividos por ele. O envolvimento de Moura com as cenas ocorre de tal forma que torna até mesmo dispensável algumas narrações feitas durante as filmagens, pois sua intensa interpretação dispensa comentários ao passar tudo o que ocorre através de sua imagem.


A excelente atuação de todos os atores deixa a trama ainda mais envolvente como é o caso do personagem coadjuvante Besouro, interpretado por Irandhir Santos, que acaba por roubar a atenção em várias cenas. Não deixe de conferir essa grande produção e ver quem realmente é o inimigo que contamina o país.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A Gaiola das Loucas

Baseada no musical que estreou na Broadway em 1983, Gaiola das Loucas foi adaptada para a versão brasileira por Miguel Falabella, um dos protagonistas da peça ao lado de Diogo Vilela. O musical conta a história de Georges (Falabella), um proprietário de um cabaré que é casado há 20 anos com Zazá (Vilela), a grande estrela transformista da boate. Altas e engraçadíssimas confusões se formam a partir do momento em que o filho de Georges, Jean Michel, interpretado por Davi Guilherme, e que foi criado pelo dois desde pequeno, resolve se casar com a filha de um homem conservador, presidente do PTFM (Partido da Família, Tradição e Moralidade) disposto a acabar com todos os homossexuais da região.

O auge da diversão ocorre quando Jean tenta convencer George a se passar por um heterossexual para se apresentar ao pai da garota e a transformista Zazá, conhecida como Albin fora dos palcos, também decide entrar na brincadeira se passando pelo tio do garoto. Até o mordomo que acredita ser uma criada e quer se apresentar no cabaré tem que virar macho.

O musical conta com um elenco de 25 atores e 14 músicos, 40 trocas de cenários e 300 figurinos. Com produção e coreografias excelentes, Falabella e Vilela tomam a cena em vários momentos sendo impossível dizer qual dos dois se destaca mais. Tanto um quanto outro estão totalmente entregues a seus personagens e a forma como eles lidam com tudo que se desenrola em cena leva realmente os espectadores para dentro do cabaré Gaiola das Loucas. Vale muito a pena dar altas gargalhadas com as confusões que se passam e conferir o grande preparo cênico desta excelente dupla de protagonistas que se apresentam no Teatro Bradesco.