quinta-feira, 17 de março de 2011

Burlesque



Com uma produção cenográfica incompleta e sem a menor exploração de grandes recursos, famosos por enriquecer os filmes musicais norte-americanos, o que não é o caso neste filme, Burlesque apresenta suas cenas de início com um caráter regular para, posteriormente, a situação se deteriorar ainda mais.


Nem a excelente voz da Christina Aguilera, que faz a protagonista do filme, supera os desníveis de atuação e previsibilidade que ocorrem durante a produção.


Dirigido por Steven Antin , Burlesque conta a história de Ali (Christina Aguilera), uma moça que, cansada da rotina tediosa em que vive em sua pequena cidade natal, vai para Los Angeles almejando grandes conquistas que envolvam fama e sucesso.


Ao chegar à movimentada cidade, Ali vai parar na boate Burlesque, onde belas mulheres se apresentam toda as noites. A moça do interior logo se deslumbra com o que ela vê e decide se tornar uma delas, mas para isso vai ter que convencer a gerente da casa noturna Tess (Cher), que realmente merece ser uma delas, o que acaba não sendo nada fácil já que Tess está extremamente disposta a não aceitá-la.


No entanto, a insistência de Ali é tamanha que a moça, após ser contratada como garçonete da boate graças a uma mãozinha do balconista que fica extremamente apaixonado por ela desde o primeiro momento que a vê, acaba se tornando uma das dançarinas do Burlesque.


Apesar da excelente voz de Christina Aguilera na interpretação dos números musicais, a atuação da cantora não segue a mesma proporção de encantamento o que acaba por deixar o filme estático, o qual, na verdade, não se destaca pela atuação de nenhum dos atores. Até mesmo a brilhante Cher não surpreende em nada com seu personagem traçando apenas uma atuação previsível e sem inovações.


Conferir Burlesque, que saiu de cartaz recentemente mas em breve já será lançado em DVD, é uma experiência válida para o público que realmente tem uma forte apreciação musical pela Christina Aguilera que com sua voz acaba por salvar um pouco o tédio trazido pelo filme.

Por Mariana Mascarenhas

sexta-feira, 11 de março de 2011

Cisne Negro

Ganhador do Oscar de melhor atriz para Natalie Portman, o filme Cisne Negro se consagra pela brilhante atuação de Natalie que confere à produção um ar de suspense hipnotizante do começo ao fim, que também foi muito trabalhado pelo diretor da produção, Darren Aronofsky, de O Lutador.

Aronofsky investe pesado no terror psicológico e traz para os telões uma obra formidável que rendeu o merecido Oscar de melhor atriz. Em Cisne Negro, Natalie Portman é Nina, uma bailarina de 28 anos que nunca teve experiências sexuais e sempre foi altamente controlada por sua repressora mãe.

A ambição de Nina em ser cada vez mais perfeccionista no balé faz com que ela ganhe o papel principal de "O Lago dos Cisnes" e justamente nesse momento sofra intensos surtos psicológicos. Para que a atuação seja perfeita, a bailarina precisa explorar os seus dois lados: o mais puro e inocente, ao incorporar o Cisne Branco e, ao mesmo tempo, o mais sensual e tentador, ao representar o Cisne Negro.

No entanto, o perfil totalmente puro e inocente da bailarina que, apesar de ser totalmente adequado para que ela traga a essência da perfeição na interpretação do Cisne Branco, se torna totalmente desapropriado na incorporação do Cisne Negro que exalta traços psicológicos de lado extremamente opostos a personalidade de Nina, quem não consegue trazer a sexualidade para o papel. A busca da perfeição associada à forte pressão imposta pelo coreógrafo francês Thomas Leroy (Vincent Cassel), quem monta "O Lago dos Cisnes", além de uma forte concorrente que deseja a todo custo se tornar a protagonista da peça, faz com que Nina se transforme totalmente.

Essa transformação psicológica da personagem é representada de forma espetacular por Natalie Portman ao fazer com que a Nina inocente descubra os prazeres sexuais e vá se transformando em outra pessoa à medida que ela se entrega ao papel do Cisne Negro. Porém, a pressão para conseguir ser perfeita é tanta que ela acaba sendo assolada por delírios intensos que invadem a atenção dos espectadores.

Depois de tantas conturbações psicológicas, finalmente chega o dia da apresentação de "O Lago dos Cisnes", o qual termina em um desfecho sensacional da produção cinematográfica. Não deixe de descobrir porque Natalie Portman mais do que mereceu levar o Oscar de melhor atriz em Cisne Negro.

Por Mariana Mascarenhas