sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Grupo Tapa comemora 30 anos e oferece Festival “Última Chance” com grandes apresentações teatrais


Peça Berro 

O Grupo Tapa, um dos mais conceituados grupos de teatro brasileiro, comemora 30 anos de existência em 2013 e quem sai ganhando é o público, que poderá acompanhar diversas obras cênicas escritas por grandes dramaturgos, com destaque para Tennessee Williams – pseudônimo de Thomas Lanier Willians, estadunidense que ganhou diversos prêmios, incluindo o Pulitzer – encenada pelo elenco. É o Festival “Última Chance”, que teve início no dia 2 de novembro e se estenderá até o dia 21 de dezembro no Teatro de Arena Eugênio Kusnet. 

O Festival é a última oportunidade de conferir ainda neste ano algumas novidades cênicas e outras interpretações já conhecidas que foram apresentadas pelo Grupo e são trazidas novamente aos palcos.
Até o dia 21 de dezembro, o Grupo trará diferentes apresentações que ocorrerão sempre aos sábados às 18h. Entre os espetáculos que já passaram pelo Teatro de Arena destaca-se Alguns Blues do Tennessee, composta por três histórias curtas de Tenessee Willians: O Quarto Escuro, Verão no Lago e A Dama da Noção Antipiolho. Todas refletindo medos e tragédias humanas dotadas de realismo tanto pelo estilo do autor, quanto pela atuação vívida do elenco, que cria uma tensão gradativa na plateia à medida que os dramas se intensificam dentro de cada personagem e suas respectivas histórias.

O Festival trará ainda as peças As Desgraças de uma Criança, de Martins Pena, que narra a história de dois garotos que acabam gerando grandes confusões para encobrir seus romances proibidos com duas garotas; Senhorita Júlia, de August Strindberg, que aborda um embate entre uma aristocrata e seu criado; Berro, de Tennessee Willians, que conta os desafios a serem enfrentados por dois irmãos atores, que são abandonados pelos integrantes de sua companhia teatral e, ao encenarem sozinhos uma peça sobre dois irmãos, são totalmente repudiados pela plateia, e As Viúvas, de Arthur de Azevedo, que traz três comédias (Amor por Anexins, Uma Consulta e O Oráculo) sobre os planos de três viúvas para conquistar um marido.

Criado no Rio de Janeiro em 1979, o Grupo Tapa tornou-se cada vez mais conhecido não só entre o público mais restrito de teatro como entre a população em geral e, conforme crescia imensamente nos palcos através de suas encenações dramáticas, foi ganhando um respeito cada vez maior da crítica, que passou a aclamá-lo frequentemente.

O Grupo destacou-se principalmente por seu estilo único e identificável de fazer teatro, optando sempre por imergir no mundo das obras de grandes dramaturgos nacionais e internacionais, cujas histórias possuem uma densidade extrema e cativante ao mesmo tempo. O enriquecimento intelectual e a complexidade emotiva, social e histórica presentes em cada obra destes renomados escritores, tão cativantes e transformadores no mundo cultural, tornam-se um desafio para todo aquele que decide personificá-los no palco, justamente por se tratar de um material tão influenciador e que necessita de tamanha competência para sua teatralização.

E o Grupo Tapa, nestes 30 anos de existência, conseguiu e vem conseguindo dar vida nos palcos a todas as histórias destes escritores, por meio de uma atuação envolvente de toda sua competente equipe e também do excelente trabalho do seu diretor artístico Eduardo Tolentino de Araújo. Trata-se de um trabalho muito mais ligado à atuação do que à cenografia, já que o Grupo é conhecido por suas apresentações em cenários simples, onde o complemento maior está nos atores, os quais, desprovidos de qualquer elemento externo, já se mostram capazes transmitir toda a genialidade das obras, baseando-se para isto apenas neles mesmos.

Vale a pena conferir o Festival e entender o teatro em sua essência e originalidade, com análises profundas e reflexivas sobre a sociedade em que vivemos.

Programação:
Senhorita Júlia
Dia 30/11 às 18h

Berro
Dias 7/12 às 18h e 8/12 às 19h

As desgraças de uma criança
Dia 14/12 às 18h

As viúvas de Artur de Azevedo

Dia 21/12 às 18h

Por Mariana da Cruz Mascarenhas

domingo, 10 de novembro de 2013

Il Volo


Já pensou em assistir a um espetáculo onde é possível ouvir simultaneamente todo o classicismo presente na ópera, o modernismo da música pop e a sutileza do canto romântico? Pois saiba que essa mesclagem já é possível e vem fazendo sucesso por todo o mundo, atraindo públicos de diferentes gostos musicais que se unem em prol de uma musicalidade única e contagiante para os ouvidos de todas as faixas etárias. Como é o caso do trabalho produzido pelo trio Il Volo, grupo formado por três jovens tenores italianos: Gianluca Ginbole Castorani (18), Piero Barone Ognibene (20) e Ignazio Boschetto (21). 

Esses três rapazes despertaram seu potencial para a música ainda na infância e decolaram de vez nesta carreira após participarem de uma competição musical da TV Italiana RAI, em 2009. Desde então vêm se tornando conhecidos por onde passam e conquistando inúmeros fãs pelo planeta. Depois de já se apresentarem no Brasil em 2012, eles voltam para cá no palco do Teatro Bradesco, em São Paulo, para o lançamento do álbum We Are Love – o primeiro CD Il Volo foi lançado em 2010 e chegou a ocupar a 10a posição na Bilboard 200 e a primeira no ranking de álbuns clássicos.

Mesmo quem não for um apreciador de primeira instância de música clássica certamente se encantará com a performance vocal destes três jovens, cujos timbres arrepiam até as paredes do teatro. Afinal, Il Volo não se destaca por cantar ópera em seu sentido mais tradicional, e sim por fazer justamente o oposto ao trazer um classicismo dotado de um modernismo oriundo do conceito de ópera pop.

Entre as canções que se destacam no repertório do espetáculo estão aquelas endeusadas pelos apreciadores da boa música, como Memory, Smile, Granada, Il Mondo e um esplêndido encerramento que levou a plateia a cantar em coro a aclamada Sole Mio. Considerado um tenor spinto – que alcança o tenor lírico com facilidade, ou seja, um timbre encantador semelhante ao do violoncelo – Piero Barone é quem mais se destaca do trio.


Trata-se de um concerto destinado a cativar públicos de todas as idades justamente por quebrar o conceito mais classicista da ópera e modernizá-lo, para assim convidar um público mais jovem a imergir neste encantador mundo da música clássica. Il Volo fará mais três apresentações nos dias 11, 12 e 13 de novembro no Teatro Bradesco. Imperdível.

Por Mariana da Cruz Mascarenhas