quarta-feira, 22 de junho de 2011

Se Beber não case - parte II

Depois do sucesso do primeiro filme que estreou há dois anos, Se beber não case – parte II chega aos telões para fazer parte de uma série de produções que, depois de conquistar uma plateia numerosa, surge novamente nos cinemas com uma segunda continuação.

Dirigida por Todd Philips, a comédia conta não somente com a participação do mesmo diretor e elenco principal, como também revive a história trazida pelo filme anterior. Apesar de não terem arriscado um roteiro inovador que se desvinculasse mais das aventuras vividas pelos personagens Stu, Philip e Alan na parte 1, esta nova produção consegue reproduzir a mesma fórmula de sucesso que conquistou inúmeros espectadores em 2009, quando o famoso trio de amigos que aprontam todas numa noite e não lembram de nada no dia seguinte, foi apresentado ao público pela primeira vez.

Portanto, Se beber não case – parte II nada mais é do que a exibição de Se beber não case acrescido de algumas pequenas mudanças.

Desta vez o desengonçado e atrapalhado dentista Stu (Ed Helms) é quem vai se casar. Como a cerimônia se realizará em um resort na Tailândia, seus amigos Phil (Bradley Coper), Alan (Zack Galifi Anakis) e Doug (Justin Bartha) são obrigados a viajarem até o local para acompanharem o casamento do amigo. Dois dias antes do matrimônio os quatro amigos resolvem fazer uma pequena despedida de solteiro acompanhados do jovem e tímido cunhado (Masson Lee) de Stu. A noite passa, o dia amanhece, e os espectadores se deparam com a já conhecida cena da primeira trama: Phil, Alan e Stu acordam em um lugar desconhecido, em estado precário e não se lembram de nada o que aconteceu na noite anterior.

Ao contrário da primeira produção, em que eles precisam encontrar seu amigo Doug, que desta vez volta para o hotel e, diferente dos amigos, parece ter permanecido sóbrio, o trio sai em busca do jovem cunhado de Stu e, à medida que procuram pistas sobre onde ele possa estar, vão descobrindo as loucas aventuras em que se meteram na noite anterior.

Para esta trama, no entanto, os conflitos ganham algumas cenas de caráter mais pesado acompanhadas de inúmeras piadas de duplo sentido como parte dos famosos roteiros que apelam para a malícia a fim de conquistarem o público e acabam conseguindo.

Portanto, o filme nada mais é do que uma reprodução do anterior que acaba se destacando por ter feito uma história de sucesso, mas, no entanto, se for para filmar o mesmo drama pela terceira vez, certamente a produção não surtirá o mesmo efeito já que mesmo essa segunda parte poderia ter ganhado novos conflitos que se diferenciassem da primeira parte.

Por Mariana Mascarenhas

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Piratas do Caribe - Navegando em Águas Misteriosas


O quarto longa-metragem, Piratas do Caribe - Navegando em Águas Misteriosas ,se distancia de vez de uma produção simples focada nos acontecimentos da história, como visto no primeiro filme da série, para dar lugar novamente a uma trama repleta de mudanças de cenários onde se desenrolam várias ações que contribuem apenas para preencher o filme com efeitos visuais e de movimento sem um real significado para existência de algumas filmagens.

Desta vez o famoso pirata Jack Sparrow, personagem que se tornou idolatrado no mundo todo por um público de faixa etária variada, vem desacompanhado de seus dois amigos, que se consagraram nas outras produções, Elizabeth Swan (Keira Knightley) e Will Turner (Orlando Bloom), para viver novas aventuras ao lado da personagem Angelica, interpretada por Penélope Cruz, que faz o papel de uma antiga namorada de Sparrow.

Depois de escapar da forca em Londres, Sparrow embarca com Angélica no navio do temido Barba Negra, pai da companheira de Jack. O objetivo dos três é chegar à fonte da juventude. No entanto, o trio não está sozinho nesta missão que também é almejada pelo capitão Barbossa (Geoffrey Rush), quem desta vez trabalha para o império inglês e também pretende encontrar a fonte.

Com uma abertura memorável, a trama prende a atenção nas cenas em que Sparrow vai parar no palácio real de Londres, as quais surpreendem na riqueza de detalhes cenográficos retratando a paisagem inglesa de modo perfeito. No entanto, basta que os personagens mudem de cenário e entrem no navio para navegar rumo ao seu destino, que entra em cena uma sequência de ações envolvendo conflitos e lutas, as quais acabam por estender o tempo de duração do filme de maneira desnecessária.

Para os amantes de Johnny Depp e de seu jeito inovador e criativo de incorporar o capitão Sparrow, porém, a experiência de ver o filme continua sendo válida, já que o ator, assim como nas produções anteriores, vem retratando o protagonista de uma forma divertida, original e muito bem interpretada deixando explícito que a perfeição cênica de Depp é que consegue conferir certa qualidade ao filme.

Até mesmo a brilhante Penélope Cruz tem uma atuação apagada na trama e não consegue exibir todo o seu talento artístico. Vale ressaltar também o papel de Geoffrey Rush, na pele do capitão Barbossa, que consegue trazer atuações memoráveis para os telões.

Enfim, a série de filmes Piratas do Caribe trouxe uma história que realmente alavancou um grande sucesso dado o seu contexto, mas, à medida que o longa foi se prolongando em novas continuações, o foco deixou de ser o conteúdo em si para migrar para uma série de efeitos especiais acompanhado de inúmeras ações, sendo muitas delas desnecessárias. E como o quarto filme é o primeiro a ser lançado também na versão 3D, ele não poderia deixar de trazer cenas que explorassem o visual. Nada contra, aliás a cenografia realmente foi muito bem produzida, mas o diretor Rob Marshall, que passou a assumir o papel de Gore Verbinski, quem dirigiu as produções anteriores , esqueceu que trabalhar o conteúdo e o intelecto do público é sempre bom de vez em quando.

Por Mariana Mascarenhas